quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sou um Tanque de Guerra no Deserto

Esteiras às areias sempre desconhecidas.
Sempre sozinho.
De dia um sol em cima do casco invulnerável aos raios solares.
Tão pouco a areia.
De noite uma fria lua solitária sobre um casco militar a admirar as estrelas.
Sem uma miragem para compartilhar a vista.

A cada morro que subo que desço,
Sempre a procura do nada.
Estou no nada, mas não enxergo.
Há muita tempestade de areia.
O que me engana.
O que sempre me faz achar que acharei algo.
Acho que não existe trilha. Tudo é inércia.
Tudo é real ou tudo é abstrato.

Se contasse as milhas que percorri,
Não me impressionaria se estivesse percorrendo por séculos.

É uma passagem perdida.
É uma reconstrução individual.
A passagem de todos os personagens que assumo numa só pessoa.
União parcializada de todas as idéias de minhas personalidades.
Mais um dia termina e não me encontro nesse mundo de areia.

Atiro nos montes de areia.
Pois são inofensivos e inertes.
Será que revolta é uma entidade espiritual?

Todas as almas que passaram pela Terra perambulam no deserto a procura de corpos.
É possível ver os espectros entre uma tempestade de areia e outra.
São todos os eus que posso ser. Mas o casco militar revela a impossibilidade de ser os eus que busco ser.

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