Esteiras às areias sempre desconhecidas.
Sempre sozinho.
De dia um sol em cima do casco invulnerável aos raios solares.
Tão pouco a areia.
De noite uma fria lua solitária sobre um casco militar a admirar as estrelas.
Sem uma miragem para compartilhar a vista.
A cada morro que subo que desço,
Sempre a procura do nada.
Estou no nada, mas não enxergo.
Há muita tempestade de areia.
O que me engana.
O que sempre me faz achar que acharei algo.
Acho que não existe trilha. Tudo é inércia.
Tudo é real ou tudo é abstrato.
Se contasse as milhas que percorri,
Não me impressionaria se estivesse percorrendo por séculos.
É uma passagem perdida.
É uma reconstrução individual.
A passagem de todos os personagens que assumo numa só pessoa.
União parcializada de todas as idéias de minhas personalidades.
Mais um dia termina e não me encontro nesse mundo de areia.
Atiro nos montes de areia.
Pois são inofensivos e inertes.
Será que revolta é uma entidade espiritual?
Todas as almas que passaram pela Terra perambulam no deserto a procura de corpos.
É possível ver os espectros entre uma tempestade de areia e outra.
São todos os eus que posso ser. Mas o casco militar revela a impossibilidade de ser os eus que busco ser.
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