terça-feira, 29 de março de 2011

Corrupção: Corromper-se

Corrupção: Ao burguês e ao socialista. A corrupção como parâmetro de comparação entre a ação de um e de outro em 2 contextos. Poderia se marcar a posição de um burguês que ao pensar em beneficio próprio corromperia seu elo com sua instituição. E também o socialista corromper-se para beneficiar um grupo em detrimento de outro. No caso, tentar pensar em como o socialista não pensa na sociabilidade do burguês, usando utopia e hipóteses totalmente ficcionais para representar pensamentos. Ao mesmo tempo que o socialista tenta pensar no social ele segrega quem não partilha dos mesmos ideais.

sábado, 19 de março de 2011

Esperando a bebida

Sentado em uma cadeira de ferro
Segurando um copo de ferro
Vestia um terno.
Tinha ótima aparência.
Era forte e massudo.

O copo estava vazio.
Paciencia era uma virtude.
Mantinha um sorriso no rosto.
O tempo passou.
Os ossos tomaram o lugar da aparência.

A cadeira quebrou.
Tons alaranjados sobre os cinzas.
O tempo corroeu tudo.
A cadeira e o copo.
O corpo e sua busca.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Cobertor

Se via como um louco varrido,
Deitou-se na grama e a terra o engoliu.
Quis que a grama o comesse, mas não o comeu.
Enterrou o vivo.

Terra, substrato, nutrição osmótica.
A medida que o cobria, o alimentava.
Para o louco, tudo era falso
Até ele mesmo.

Por isso estava enterrado como morto
estando vivo e catatônico.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Enterrado

"...num buraco, sem alma
sem força, estupilidades,
virtudes sem feição,
sem razão de ser ou estar,
enterrado, catatônico."
...
"De repente a terra se desamontoa
desmancha, desaparece.
O louco sai do túmulo.
De repente para quê?"
Razão particular.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Descubra

Ela chega bem mansa pelo corredor central, com seu vestido vermelho, com uma carinha cuja ternura perderia. Seus cabelos cacheados, revoltos, livres, se moviam conforme seus passos, até a sala de estar. Bem sutil ela chega até a porta, olha para os convidados, cada um a sua fisionomia, mede humores, olha no espelho de si, e encoleriza-se: Olha fixamente para o marido, não diz uma palavra se quer, sua expressão diz tudo. Para nós, não diz nada, o que estava escancarado em seu olhar.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Esvaziar-se: Vazio

Os sentidos estavam adormecidos, a medida que tentava me desviar das expectativas do dia, algo me corroía feito acido, me quebrava como onda do mar. Essa “alguma coisa”, uma angústia, advinda do medo, da incerteza, da fragilidade. A força para sustentar uma mente sã não há, mas existe um outro tipo de força que suplanta a vontade do “preencher-se”. É força inversa, do querer se esvaziar do próprio vazio que a rotina impõe. É a briga com o cérebro por sentir o que antes eram sensações e hoje são mecanismos pré-processados para a "otimização" do dia. O vazio que se instaura todas as manhãs e as noites, vem com uma sutileza comparável ao mecanismo que faz as flores se abrirem, naturalmente vem a mente e se alojam em diferentes sentidos. É predisposição, amplificação do sentir. O que se sente é dor genuína, é dor que vem, e nenhum pensamento foi capaz de remedia-la. O temor está muito próximo da frustração, mas a frustração é o abismo, a falta de perspectivas, eu diria a mim mesmo. Eu sei que o todo da minha preocupação não depende só de mim. Conviver com o vazio, é algo que não há com o que se preencher. Felicidade! Outros diriam, mas eu digo, não é hora de sentir-se feliz. É hora de rever essa obstinação a felicidade.