quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...

Luis Vaz de Camões:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A cebola refogada

Era a hora do almoço, serviu arroz, feijão, a salada de tomate com alface, regada a azeite extra virgem, sal, delicioso! E terminou de fritar o bife com a cebola para refogado. Estavam todos os pedacinhos, douradinhos, brilhantes, pelo azeite e molho inglês, saborozissimos! Serviu ao prato, estava comendo cortou parte da gordura da borda do bife e separou ao prato. Ao lado os pedacinhos de cebola, parecido com as gorduras. Cortou um pedaço de bife, logo emendou outra garfada de arroz, e também viu um pedaço de cebola, mas deve dar um sabor incrível, aderiu a garfada. Na primeira mastigada, sentiu uma energia vinda dos molares que lhe diziam que algo estranho acontecia, a sensação inigualável de prazer e sabor não estava acontecendo. Tateou com a língua, e logo lhe veio a infeliz lembrança do pedaço de gordura do bife. O trabalho de remoção da gordura que estava na boca desencadeou processos psíquicos depressivos. Como o que mais era esperado da hora do almoço era aquela cebola refogada e agora transfigurada em gordura imastigavel, ilusória, de sabor nenhum. Assim perdeu sua fome, pensou em suas obrigações do dia, saiu de casa, imaginando remover toda a gordura do próximo bife antes da fritura deste.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A matemática é bem clara

Powerslave - Iron Maiden

Estavam lá dois servos e um figalgo conversando sobre negócios:

-Vcs dois! Venham aqui! Vamos fazer uma subtração! Vamos tirar a diferença do que cada um produziu e eu fico com o resultado. Lembrando que eu só quero a diferença entre um e outro. O resto é de vcs.

-Então vc que não produziu nada, não me deve nada, e subtraindo ao de seu companheiro que produziu bastante esse mês, eu fico com tudo e vcs com nada.

Os dois viraram as costas e voltaram a trabalhar, para produzir mais, ao prazer de seu fidalgo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sobre as raizes

Musica para acompanhar: http://www.youtube.com/watch?v=SpmWIyjilQo

São chuva de meteóros, tantas que não são explicadas em linhas concientes. A maioria está tudo num forte, acessivel apenas superficialmente. Dizem ser vidas passadas, dizem que é aquilo que não queremos nem ver, ou que está em códigos fechados. Acessar as outras vidas, assumir personalidades, viajar no tempo, no espaço, com outras marcas, outros jeitos, outros pensamentos, outras pessoas ao redor. Mais de um universo que é possivel, quando não pensamos no nosso universo. Essa universalidade fragmentada me causa nauseas, por ser um mar tão revolto. Os tantos eus em minhas vidas. O Exótico, o que está extra ótico? e o que está Endótico? Infiltrar nos caminhos do fluxo mental escondido, sem hipnóticos, sem hologramas reais. É força bruta mental. Substanciado na criatividade. Na criatividade gerada apartir das sensações não vividas. Nas ideias superficiais vindas de flashs. Andar numa limosine ao passo que se está numa casa de campo com uma sensação de angústia, num outro tempo que se está lutando contra os romanos no mesmo lugar que se pintou depois de um futuro um quadro que valhe milhões. Milhões de pessoas, sendo eu mesmo. O Extra eu que vai ser inacessivel por definição. Tudo aquilo que não sou e que está em minha mente é apenas consulta, não há maquina do tempo, nem transplante de conciencia, ou perda da força vital para outra vida em paralelo. Eus dialogando, na tentativa de mostrar as vozes ancestrais do fruto da imaginação, da fertilidade de sonhos, de fantasias. Do eixo que faz girar o mundo, o mundo das ideias inconcientes.