segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A cebola refogada

Era a hora do almoço, serviu arroz, feijão, a salada de tomate com alface, regada a azeite extra virgem, sal, delicioso! E terminou de fritar o bife com a cebola para refogado. Estavam todos os pedacinhos, douradinhos, brilhantes, pelo azeite e molho inglês, saborozissimos! Serviu ao prato, estava comendo cortou parte da gordura da borda do bife e separou ao prato. Ao lado os pedacinhos de cebola, parecido com as gorduras. Cortou um pedaço de bife, logo emendou outra garfada de arroz, e também viu um pedaço de cebola, mas deve dar um sabor incrível, aderiu a garfada. Na primeira mastigada, sentiu uma energia vinda dos molares que lhe diziam que algo estranho acontecia, a sensação inigualável de prazer e sabor não estava acontecendo. Tateou com a língua, e logo lhe veio a infeliz lembrança do pedaço de gordura do bife. O trabalho de remoção da gordura que estava na boca desencadeou processos psíquicos depressivos. Como o que mais era esperado da hora do almoço era aquela cebola refogada e agora transfigurada em gordura imastigavel, ilusória, de sabor nenhum. Assim perdeu sua fome, pensou em suas obrigações do dia, saiu de casa, imaginando remover toda a gordura do próximo bife antes da fritura deste.

2 comentários:

  1. E assim é a vida.. (como eu viajo).. pensamos tirar tudo aquilo que não é essencial, mas sempre sobra um pouquinho e acabamos desanimando. ^^

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  2. Que texto sensacional. Das melhores coisas que li ultimamente. E isso que nem parei pra reflexões mais profundas como as do comentário anterior. Sem que seja metafórico já é incrível. Vou der de novo.

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