domingo, 19 de junho de 2011

A espera de uma viagem.

Nesses minutos que me esperam, demoram, eu me demoro.
Não sei o que me espera. Não sei quem me espera ou quem eu espero.
Mas já sinto saudades do que nunca vivi e com alguém que eu talvez não conheci.
Como se tivesse passado muito tempo, ou uma semana que conhecesse.
Desde que deixei de ser monstro, nunca mais cometi nenhuma atrocidade.
Desde que descobri que não sou monstro, descobri que vários monstros me fazem atrocidades. E também monstros do poço de eus: As Crenças.

A necessidade de um afeto feminino: um renascimento do homem.
Um mergulho no outro e não uma escravidão.
Um vício: pai, mãe, irmãos: Familia.
Alguém acessível. Que haja aceitação e amor mútuo. Como tem que ser.
Que dê fluidez aos momentos corriqueiros ao ponto da ternura.

Mas uma relação de amor como um trem sobre os trilhos em perfeito estado, em perfeito funcionamento, que dura anos e décadas por um longo infinito. Que vai chegando a cidades, plantações, estações com hospitalidade, que tomado pela noite, faz parte de todo um cosmo de coisas entrelaçadas. Vagões interligados, madeiras, trilhos, peças como via. Fluido. Natureza, céu, paisagem. Vida. E eu passageiro no deleite sofrido, na espera de chegar em algum lugar com alguém.