quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Doador de Peixes



Musica para acompanhar:

Todos os dias o doador de peixes acordava, ouvia o radio com noticias do dia, preparava a linha, a vara, as minhocas. anzóis, carretéis extras, tudo para um ótimo dia de pescaria. Além disso era muito otimista, levantava da cama com enorme disposição. Saia de casa, céu azul, passarinhos voando, cantando, fazendo suas peripécias e ele, homem simples, esperava por um dia cheio de desafios.

Chegava as margens do rio, pelas pedras se acomodava, armava seu arsenal de pescaria, deixava a caixa térmica e fogareiro a postos para o banquete do meio dia. Com seu chapéu de pescador, com anzóis coloridos enganchados, pescava a manhã toda.

Não fazia isso tudo por hobbie, era além disso, era sua vida, e fazia ainda mais. A tarde ia ao centro da pequena cidade onde exibia seus lindos peixes e os vendia por um preço quase sempre justo. Pois muitas pessoas gostavam de trocar coisas por peixes frescos e ele como não tinha o que perder, trocava, pois também ganhava não só pelas coisas, mas pelas amizades, pelas ações do dia a dia.

A noite esperava a multidão do centro se dissipar e doava peixes ainda em ótimo estado de conservação para aqueles que não tinham o que comer e nem como conseguir comida. Achava que estava fazendo o melhor para si e para os outros, quando acontece algo inesperado. Não dava as sobras ou as perdas, fazia questão de doar e levar para casa só o suficiente para sua alimentação.

Certa vez, abrigou crianças abandonadas em sua, e precisava poupar os peixes para a doação, isso provocou um pouco de íra aos favorecidos noturnos que começaram a reivindicar o direito que achavam que lhes cabiam. O Doador de peixes se viu numa situação muito difícil, pois tinha crianças para cuidar e alimentar. Não era possível pescar mais que o rio oferecesse no dia, era um trabalho árduo, que mesmo fazendo de coração, lhe custava sua energia e sua dedicação.

Um dia o doador de peixes pensou que se desse as varinhas de bambu às pessoas as quais doava seus peixes para pescarem e terem a oportunidade de seguir o exemplo do doador. A noite os favorecidos noturnos vieram reivindicar seu peixe, quando o Doador de peixes lhes da várias varinhas e explica sua função. Todas as pessoas ali diante do Doador o vaiaram e não quiseram nem se quer experimentar a ideia de pescar o próprio peixe.

O doador de peixes ficou extremamente magoado, e pensou que o esforço que fazia para aquelas pessoas o colocava em situações constrangedoras. As pessoas não entendiam e não queriam as varinhas, queriam o peixe pescado apenas. O Doador passava a manhã inteira no trabalho de pescar os melhores peixes e percebeu que não era justo que as pessoas se zangassem com ele.

Todas as noites o Doador de peixes encontrava os favorecidos noturnos e seu esforço agora era tentar convencer a todos a pescar junto com ele, pois não havia concorrência. E mesmo se as pessoas o ajudassem a pescar, ele precisaria de todo um grupo de trabalho para o transporte, para o atendimento, para organização de venda e ensino da pesca.

Não se sabe se houve êxito com os favorecidos noturnos do Doador de peixes, mas ele ouvia seu coração que dizia que alguém tem que pensar no outro como se deve e não ignorar seus contextos.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Olha o que dá não olhar.

Quando Leopoldo e seus amigos olharam para o outro lado da coisa, enquanto trabalhavam arduamente no projeto, que seriam reconhecidos mundialmente com troféus e "bajulâncias", notaram uma questão que os fizeram parar e retroceder a idéia: Estavam na verdade criando uma arma de destruição em massa. Um Monstrengo, na verdade, um dos mil tentáculos, possiblidades de destruição de gente e natureza, e estavam doando suas vidas para criá-lo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ilusão de òtica

Vou fazer uma breve descrição de uma cena:

Então ela estava no meio da rua e foi atacada por cachorros, saiu correndo, sentou no chão e chorou.

Agora vou descrever outros pontos:

Estavam Perdigão e Rosinha tomando sol, quando uma garotinha encapetada consegue uma haste de ferro e açoita os pobres cães da velha senhora.

E agora mais outros pontos:

Dona Clotilde tinha "o dom" de maltratar cães, tinha dois pitbulls, que contava com a sorte de os cães ainda não terem a atacado. Certa vez a senhora abriu o portão e deixou os cães fugirem do quintal que não tinha a menor higiene. Uma linda garotinha, que brincava de espada contra o ar, com uma antena de TV, sem se dar conta que aquela coisa se tratava de da parte de um cão, fincou a antena na barriga do animal.


Não sei contar a verdade do que realmente aconteceu. Existem mil variantes. Nas três versões, que podem se complementar ou não, o que importa sãos os personagens. Os personagens trouxeram as circunstâncias. O narrador só teve a função de confundir.