segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hamurabi era egoista? ou pensava no outro?

Everbody Hurts - R.E.M.

Quanto que é 2010 menos 1700 anos antes de Cristo?
Vou te ajudar, sem calculadora é mais de 2000 anos...
O Hamurabi que inventou um código nas pedra...
Te adianto que foi uma medida que ele acreditava que daria certo para a sociedade lá da Mesopotâmia da Babilonia.
Como era mesmo o jargão? Olho por olho, dente por dente?
Então quer dizer que naquela época se vc roubasse alguma coisa minha eu poderia roubar alguma coisa sua(hum... será que teria que ser a mesma coisa? se o vc não tivesse o que eu tinha eu poderia escolher outra coisa... parece ser legal esse codigo hã?). Se vc matasse meu pai eu mataria o seu(hum... credo que horror, não!, devia ser uma carneficina tudo isso). Então se vc cobiçasse a minha mulher eu poderia cobiçar a sua(tá e se vc fosse mulher? Eu não ia querer o seu homem, poderia pensar numa prima, irmã, mas mesmo assim, essa e-storia já está indo longe demais... e por que eu iria cobiçar alguém da sua familia? matar seu pai ou roubar alguma coisa de vc?) Só porquê vc fez isso comigo?

 Acredito que para tudo tem um contexto, quando não tem inventamos algum por vontade ou força maligna, ou sei lá o que! Mas o que importa é que isso é muito parecido com o termo vingança. Pense na vingança e agora no código de Hamurabi,  são muito semelhantes, e também com uma expressão muito utilizada: "Vou pagar na mesma moeda..."

Agora me diz, por que eu preciso pagar na mesma moeda ou me vingar de outra forma, eu vou ganhar só a sua infelicidade, o seu desastre... Não vou me sentir melhor por lhe dar o troco... Pode ser legal, bom, mas momentaneamente(ouvi dizerem já: o que é um peido pra quem tá cagado? seguido de gargalhadas de quem proferiu isso, essa frase me deprime, sério!)

Agora pense nas pessoas como objetos e pense também que as pessoas hoje estão se transformando em pixels e codigos binarios no seu computador, assim eu(pequeno, magro e fraco) posso mandar tomar no meio do olho do... , do outro lado do mundo, um otário( com 2m de altura, bombado, sem cerebro e faixa preta em jujitsu) que ele não virá aqui me bater. O maximo que ele fará, é me retribuir a mesma frase ou pior, ou pior ainda, ficar off-line).

Pense nas discussões on-line, para ser sincero, não tem a menor emoção.
Discutir on-line e pagar na mesma moeda, uma ofensa, não tem a menor graça.
E ainda, para quê eu vou querer que vc sofra, se eu já estou sofrendo(inventem ai algum motivo, uma historinha, usem a criatividade)? Por que eu vou querer o sofrimento do outro?

E esse individualismo, esse descompromisso com os outros? Agora pensem lá na idade da pedra, todos nós estamos morrendo de fome, se encontramos comida, o mais rapido, o mais forte e o mais inteligente, vai matar a fome, e para isso terá que matar seu proximo numa disputa, possivelmente.

Não sei quanto vc, mas eu não estou nem na pré-história, nem na época do Código e nem no Alaska congelando e passando fome tendo que matar meu amigo para me alimentar da carne dele para não morrer.

Pense!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quem?

- A multidão passou e levou tudo.
- Quem passou?
- A multidão.
-Quem é a multidão?
- ...

sábado, 20 de novembro de 2010

Visão Noturna

Night Vision - Suzanne Vega

Possível Tradução:

De dia dê graças!
De noite, cuidado!
Metade do mundo em doçura.
O outro, em medo.

Quando a escuridão toma você, com a mão em seu rosto, não se entregue muito rapidamente, encontre o que ela é, mesmo estando no escuro.

Encontre a linha, encontre a forma através do grão.
Encontre o contorno, as coisas vão lhe dizer o que são.

O quadro... o violão...
O copo vazio...

Tudo vai se misturando quando a luz do dia se vai.

Encontre a linha, encontre a forma através do grão
Encontre o contorno, as coisas vão lhe dizer o que são.

Agora eu vejo você cair no sono.
Assisto vc enrolar o punho contra o lençol.
Assisto aos seus lábios se abrindo e os seus olhos ofuscarem em fé cega.

Gostaria de te abrigar e te manter iluminada(o)(com a mente iluminada).
E eu só posso te ensinar.
A visão noturna!
A visão noturna!
A visão noturna!

Linguagem

Language - Suzanne Vega

Possível tradução:


Se a linguagem fosse líquido, estaria  escorrendo ferozmente, como uma enxurrada.E nós aqui nesse silêncio que é mais violento e ensurdecedor do que qualquer palavra estridente poderia ser.

Estas palavras são muito duras, Elas não podem se mover rápido o suficiente, Para capturar o efeito no cérebro quando viramos a cabeça rapidamente, quando num reflexo, a imagem fica ditorcida(arrastada pelo movimento) pois o cerebro tenta acompanhar o movimento em detrimento da imagem.

E então o momento se perde e voa, e se vai, e já foi,
já foi
já foi

Eu gostaria de encontrar vc em um lugar atemporal, sem lugar, em algum lugar fora do contexto... E além de todas as consequências...

Vamos voltar para o prédio...
(As palavras são muito duras)
Na  rua West Little 12h, não está longe
(Elas não podem se mover rápido o suficiente)

E o rio está lá, renovando suas aguas a todo momento...
E o sol e os espaços também estão lá...

Estão abaixo desse momento linguístico.
(Para capturar esse arrastamento da imagem  no cérebro) 
E a gente vai sentar-se no silêncio
(Que voa e se vai)
Isso vem escorrendo ferozmente como enxurrada e já
foi (já foi)

Não vou usar palavras mais uma vez, elas não significam que eu quis dizer. Elas não dizem o que eu disse. Estão apenas a crosta do significado com reinos subterrâneos nunca tocados, nunca mexidos, nunca nem passou por...

Se a linguagem fosse líquido, estaria  escorrendo ferozmente, como uma enxurrada.E nós aqui nesse silêncio que é mais violento e ensurdecedor do que qualquer palavra estridente poderia ser.
E então o momento se perde e voa, e se vai, e já foi,
já foi
já foi

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Ariranha( na verdade é uma Irara)


Estava indo para aula de Literatura, comentando do terçol que ganhei de presente do destino, o qual servia de obstáculo ao enxergar objetos, os quais eu tinha que olhar "cabisbaixamente", quando uma amiga faz um comentário sobre um animal que viu nadando no lago da universidade. Dizia ser um animal muito estranho, pois todos que passavam naquele momento pelo lago e notavam tal criatura, paravam para tirar fotos. O rosto de minha amiga demonstrava um certo fascínio, ou era um fascino aterrorizado, não consegui descrever, porém senti que essa criatura seria muito difícil de compreender em sua forma. Um outro amigo que estava conosco, também viu essa criatura e nos disse como é chamada: Ariranha(Impossivel, mais tarde descobrimos que só há na Amazonia). Mas que nome mais horripilante é esse? senti um certo pavor, na própria sonoridade da palavra, o significante que reinava na minha cabeça era de uma criatura sem forma. A partir do momento em que meu amigo começou a descrever a tal da Ariranha(Irara), me subiu um arrepio na espinha dorsal. Ele comentava que a coluna dela corcunda, era meio rastejante, tinha pêlos, parecia às vezes uma capivara, às vezes um castor, por conta de uma cauda, tinha quatro patas, e era mamífero. O bicho andava no meio da grama, de noite e meu amigo levou um susto pavoroso, pois temporariamente, não conseguia associar aquela imagem com nada parecido, com nada que já tinha visto.  Um outro amigo o qual comentei sobre a temivel criatura, disse que mais parecia uma lontra, mas que possuia dentes grandes e era violentamente impiedosa. A partir desse momento, que eu não sei como o significante de Ariranha,(hoje Irara) me pareceu "indeglutivel". Era intragável, me causava calafrios, era assustador. Não tive coragem de procurar no Google para saber como era. No dia seguinte fui almoçar no restaurante da universidade, estava com pressa, a cada garfada era um segundo a mais que eu ganhava, mal engolia. De repente do outro lado do obstáculo(as janelas do restaurante) que distorcia minha visão, vi um par de seios formosos e glúteos e pernas torneadas, impossivelmente, concentrei minha visão para ver se aquilo pertencia a alguma mulher. Vi de relance, logo, o conjunto surreal aparece novamente atrás das janelas que dificultavam minha visão. A criatura entra no restaurante universitário, dessa vez as grades atrapalhavam a compreensão da imagem. Até que pude ter o vislumbre, como quem vê uma paisagem. Realmente era uma mulher, só que um pouco alta, mais que as normais. Fiquei muito desconfiado, talvez eu estivesse muito cansado, sentisse muita falta da minha amada. Não sei por qual razão aquilo, a criatura, me provocou um certo arrepio, como pensar na tal da Ariranha.(e de novo Irara) Ha! mas era óbvio, é inevitável pensar que essas duas criaturas teriam uma relação zoomórfica. Só sei dizer que mais tarde, era noite já, na universidade, e perto do lago, onde havia árvores com folhas que recheavam a copa, "desapercebidamente" passei por  uma árvore, avistei a criatura mulher surreal e estava atrás desse "obstáculo", e passei adiante, seria ridículo se ficasse fitando a pobre moça, mas a questão é que quando virei de costas, a moça tinha desaparecido: e eis que surge saindo de trás da árvore: A temível ariranha(Irara).

Será que hoje existe pai?

Dogs - Pink Floyd


Isso é Pai de Família?


Era segunda-feira, vinte e uma horas, o homem acaba de chegar. Com a própria roupa suada e suja da rua, senta no sofá e liga a TV para ver as noticias. Espera a mulher servir a comida. Gabriela Gala era casada com esse homem, ao longo do dia, pensava no marido, pensava em sua historia, na vida que levava, no protetor e provedor da família, um guardião. Estava insatisfeita com a vida de dona de casa. pensava em trabalhar no banco. Ajudava as crianças com as lição de casa, dizia as crianças que ao estudar se preparavam como pessoa, se distinguiriam de pessoas que ignoram a vida, a sociedade, o próximo. Augusto tinha em mente estudar historia, ouvia atentamente o que sua mãe, Gabriela Gala, dizia, percebia que os portugueses não poderiam simplesmente fazer um acordo com os índios e os negros. Desconfiava da professora de Historia, queria descobrir, saber da historia de seu país. Plínio adorava as aulas de ciência, pensava em ser astronauta, viajar para planetas, galáxias. Pensava que era muito menor que um grão de areia, para o universo que via e lia nos livros, nos vídeos da internet. Era fascinado por matemática. Conversava com a mãe sobre as invenções da NAASA que usamos no cotidiano. Na terça feira, vinte e uma horas, o homem chega, senta no sofá, espera seu jantar ser servido por sua esposa, Gabriela Gala, Assistia TV, dormia no sofá e de manhã bem cedo tomava banho, tomava café com sua família e saia mais um dia de trabalho na quarta-feira. A noite, assistia novela, enquanto comia. Desligou a TV, foi tomar banho e decidiu dormir junto de sua esposa. Gabriela Gala, estava certa de que seu marido, não tinha qualquer envolvimento afetivo com a família. Lamentava. Não queria mudar de vida, pois o amava. Amava sem saber o porquê, mas amava. Na quinta-feira, o homem chega em casa, de noite, com um novo celular com ótima tecnologia. Os filhos estavam ansiosos para ver, mas o pai não permitiu que eles tocassem no aparelho. Augusto e Plínio, entendiam que o pai era uma pessoa que sofria muito por trabalhar demais a semana toda, e não ter descanso. Entendiam que a situação financeira não estava favorável, pois abdicaram do judô e futebol, aprenderam a tomar ônibus para ir e vir, para não depender do "tio da perua". A ausência do pai era muito sentida, os garotos percebiam que o pai precisava estar presente em muitos momentos. A mãe, Gabriela Gala, essa sim, acompanhava a evolução dos filhos de perto, e lhes dava muito amor. Na sexta-feira, o marido liga para a mulher no horário que sempre chega e diz que vai chegar tarde por conta de uma cervejada com os amigos. Gabriela Gala entendeu perfeitamente, pôs os filhos para dormir e foi dormir logo depois. No fim de semana, o homem se enclausura em sua oficina nos fundos da casa e só para seus afazeres na hora do almoço, para se alimentar é claro. Era uma família, exceto a falta, a presença ausente do pai de família.

E esse é Pai de Família?

Sérgio acordou as seis da manhã, levantou, foi esquentar o leite de sua filha ainda bebe, olhou para o lindo bebezinho e se lembrava o quanto sua vida tinha mudado, o quanto aquele bebe representava sua vida, a partir de seu ponto de vista. Hoje iria trabalhar, lembrou que iria dar treinamento a alguns funcionários e já teve idéias muito boas, para que os funcionários não ajam como robôs, mas que demonstrasse sua humanidade com o próximo. A partir de varias estratégias da psicologia, pensou que podia treiná-los muito bem para terem uma ótima qualidade de vida profissional, pois sabia que se os preparasse bem, teria um clima em seu ambiente de trabalho muito mais agradável e produtivo. Voltou ao quarto, beijou a esposa, dizendo que a amava, mas também dizendo que precisava de ajuda para preparar o café da manhã. A esposa enrolou mais um pouquinho no calor confortável da cama, enquanto isso Sérgio já trazia descontraidamente o café para o quarto. Ele fazia isso algumas vezes no mês. Não era sempre. Acordavam juntos, dividiam tarefas. Sérgio se preocupava com tudo dentro e fora de sua casa. Se preocupava com o bem estar de sua família. Pensava que sua mulher, que trabalhava, apesar do dia estressante, poderia querer algo para relaxar a noite, talvez um filme, uma boa fofoca, um desabafo, uma conversa filosofante, mas não monótona. massagens, carinhos... Sérgio fazia duas poupanças, uma para sua família e outra em especial para sua filha. Se Sérgio pudesse seria um pai de família mais presente e atencioso, mas seu emprego de trinta e seis horas semanais(contando um dia do fim de semana, escala) poderia ser insuficiente. Embora sua sogra sempre o elogiasse, pela felicidade da filha, tentava entender como poderia contornar as situações quando sua esposa estivesse irritada com fatores externos. Cuidava da sua filha com tanto carinho que muitas vezes dormia em pé debruçado no berço da criança. sempre imaginava o futuro de sua filha, que seria brilhante. Sérgio fazia faxina, discutia política com a esposa, lia a Bíblia, dava atenção a outras religiões, tinha grandes amigos ateus, tentava dialogar com uma vizinha velha e rabugenta, quando lavava o quintal, muitas vezes sem sucesso nenhum, pois a velha mais reclamava do mundo, do que ouvia a voz de Sérgio. Imaginava todos os dias em como ser uma pessoa melhor, um pai melhor, um marido melhor. Discutia muitas questões com sua fiel companheira, sua esposa. Ela não conseguia enxergar homem melhor que ele. Sentia-se protegida, satisfeita, amparada, segura, livre para fazer o que fosse quisto. Porém reconhecia os esforços de Sérgio e o queria sempre por perto, queria sempre fazer coisas junto com ele, pois era maravilhoso estar ao seu lado. Sua mulher era quem dera vida a Sérgio. Era sempre ela quem o apoiava, quem ajudava na faculdade, nas idéias dos treinamentos, nas mudanças de comportamento, nas decisões financeiras. É um esboço de uma certa família, exceto por ser bastante idealizada.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nasci

No ceiling -  Eddie Vedder

Uma criança não sabe, mas está no momento de descoberta do mundo. O momento da descoberta é repleto por cores e formas indescritíveis até então, o mundo pela qual habita tem regras as quais não são visíveis. O mundo invisível, o virtual, permeia os sentidos. Como saber se não o sabe, o mundo invisível? Não é possível temer, e temer sobre o que? o que é preciso para ter medo? O não conhecido por ser conhecido, por ser desbravado, que força é essa, a curiosidade? Pode levar ao perigo, que perigo nos fazer nos mover, que perigo nos paralisa? Mas para a criança, o medo e o perigo, são desconhecidos. Muitas vezes pelo primeiro contato não são perceptivos, a perseverança surge sem dogma, sem teoria religiosa. É só receptáculos a disposição de estímulos. Estimulação da curiosidade. É preciso conhecer tantos cheiros, gostos, sensações, sons for preciso, mas o quanto é preciso? É Input para receber o mundo, ideia de tudo que está contído. Sem consciencia, sem historia, sem Langue nem Parole, estar aberto a tudo sem distinção. Os pais podem nortear o conhecimento do mundo. Mas tudo é manipulção dessa força reagente aos estímulos que O mundo do pensar também ainda por descobrir. A identificação com as coisas, de todo tipo. A familiarização pelo repetido, pela repetição. O mar do inconsciente sendo preenchido de experiência.  Viajem para mundos dentro desse mundo que é descoberto por múltiplos véus. Mal sabe o que pode encontrar pela frente e é movida pela curiosidade.

A criança entre a Macro e a Micro perspectiva

Comfortably Numb - Pink Floyd

Uma criança estava em sua casa, num apartamento, no décimo andar, na sala de paredes brancas com grandes janelas, com os pais, e de repente começou a fazer gestos aleatórios com as mãos e começou a imitar os pais, e depois começou a cantar a musica do seu desenho animado "preferido", tentando alterar a voz. O modo com que cantava "parecia" irônico. As brincadeiras, a interação que tinha com os pais, parecia tudo falso. Os pais não davam muito atenção para suas ações, até que a criança começa a chorar sem motivo. Logo que eles foram abordar a criança, ela parou, voltaram a atenção para a TV novamente e a criança torna a chorar. Esse "joguinho" passou a acontecer algumas vezes até que o pai, perde a paciência e começa a ameaçar e a bater na criança. Nada disso adiantou. Podia se interpretar, que a criança queria fazer os pais de bobos. A criança cansa de brincar disso, e começa a ficar paralisada, emitindo sons com a boca, olhando num ponto fixo, a mãe começa a interagir com a criança, mas a criança não dá a atenção esperada. A mãe, preocupada, pega a criança no colo. Inesperadamente a criança morde o nariz da mãe com força. A mãe, irritada, lhe dá um tapa na boca. E começa a falar com a criança e a pequena começa a imitar a mãe. Por que? O que será que a criança testa? qual a dimensão que a criança tem das coisas? Nenhuma. E como a criança aprende a ter noção? na violência? Na demonstração. Como se dá os laços de confiabilidade entre pais e filhos? Será que quase tudo é falso? Será que o medo, a autoridade, tem a ver com a distorção da imagem que é projetada e que deveria ser "sinonimas" entre os pais e os filhos? A criança não sabia que os pais assistiam ao vídeo de seu casamento, que era um recurso utilizado para a reflexão do contexto presente. Os pais da criança já tinham brigado demais.  Queriam resgatar ótimas épocas. Queriam enganar-se com esperanças possivelmente verdadeiras. Qual deles teriam a dimensão do contexto de seu casamento? Nenhum dos dois. É sempre uma coisa que muda de cor, que muda de tamanho, muda o tom, e terminar tudo é apenas um modo de ver as coisas que está em pratica, ambos concordam e seguem com seus cosmos. Mas os pais da criança, depois de tanto tempo juntos, desperdiçar suas vidas com egoísmo, com mesquinhices... Tinham um filho oras! Ali há uma família. Não era um engodo. Era um terreno fértil para o desenvolvimento de pessoas: AMOR.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Conto que eu queria que fosse de amor, mas não era conto.

Knight moves - Suzanne Vega

Uma vez uma princesa, de um reino desconhecido, conheceu um homem que vendia sonhos. Um dia conversavam sobre sonhos e um dia a princesa lhe disse que os sonhos que tivera nunca tinham sido concretizados. Já o homem que vendia sonhos, os vendia pois eram realizáveis. Não lhes dava a receita de como realizar um sonho, mas fazia uma bela propaganda sobre seu sonhos, dos mais variados. Acreditava que tudo era possível, se houver vontade e coragem. Viveu muito pouco pois sua infância passou doente. Era uma criança bela de seus trinta e dois anos. A princesa vivia seus vinte e dois anos vigorosamente. Era linda, que até o homem que vendia sonhos gostaria de comprá-la, e tê-la para si. Linda, inteligente, educada, seus pais lutavam contra os monstros cavalos do submundo. Ela tinha ajuda de Deus para conseguir dar conta de reinar num reinado de rei ausente. O homem que vendia sonhos, por sua vez, a cada dia ficava mais encantado com sua majestade. E conversavam todos os dias. A princesa lhe disse um dia que não queria comprar nenhum sonho, pois sabia que nunca iria conseguir realizar. O homem disse que não era preciso muito para realizar sonhos. As vezes os sonhos eram realizados sem nenhum esforço, dizia. A princesa não queria um sonho. Ela queria governar seu reinado sem expectativas.

Um dia o homem não saiu as ruas para vender seus sonhos, ficou doente, tinha delírios, pois queria que seu sonho sonhasse. Achava loucura, e acreditava estar doente. A princesa não sabia onde encontrar o homem até que descobriu através das crianças que brincavam com pedras em umas das ruas onde era possível encontrar o Homem que vendia sonhos. As crianças tinham muito sonhos e sabiam que não podiam concretiza-los alguns deles mas tinham esperança, mente estável no desejo. A princesa não tinha a menor noção disso. Entrou na casa do Homem, e brigou com ele. Dizia que já era para ele ter sonhado em ficar bom. Dali discutiram horas sobre sonhos. O homem, ficou aterrorizado com a ferocidade da princesa, a cada palavra adoecia. A cada tentativa de convencimento, ia ferindo com suas palavras cheias de emoção, mas a linda princesa recebia como açoites. E o desentendimento foi mostrando que a linda princesa tinha uma ferida do passado a qual não tinha conseguido se curar. Focava seu olhar em outras coisas do mundo, pois doía muito tocar nessa ferida, como a metafisica na alquimia das poções e nos animais da floresta que eram judiados pelos homens ruins daquela terra, além de governar a cidadela para seu pai com ajuda de tutores. Seu constrangimento era tão grande que se desencantou pelas palavras doces ditas pelo Homem que vendia sonhos, era um mero homem agora, saiu e o deixou com a marca de sua ferida. O Homem ficou doente duas vezes na mesma vez. Começou a pensar sim podia sonhar em ficar bom e poderia desejá-la e ter esperança, podia viver com esperanças, como as crianças. Queria que a princesa pudesse enxergar mais que os próprios olhos, e sim com a visão que até então estava desacordada em seu coração ferido, pelas injustiças que barraram a realização de seus sonhos. Desde então começou a ir na casa de um velho ancião que sabia muito sobre o desenvolvimento da esperança e conhecimento em forças místicas.

Doente

Breathe - Prodigy


Estou doente, da energia que absorvi e não deleguei a inércia e ao fluxo de renovações. Vou encontrar primeiro a cura de todo o mal absorvido, de toda a raiva, a ira contra todos, contra cada ser vivo, inclusive de mim mesmo. Vou expurgar todo piche grudento e fétido da minha alma pecadora e perversa. Atormenta a mim, aos outros que nada tem em comum dessa absorção mórbida e cavalar de ódio. Vou fazer dos insetos algozes, vermes ditadores, moscas uma sociedade hipócrita cheia de vícios. Moscas com o peso de mamutes e dentes como o de  tigres dente de sabre. Predadores de toda boa oportunidade, da boa caça ao cômodo, pela sobrevivência mortificadamente imprudente e rota. Adjetivações exacerbadas para a extração de toda sensação inverossímil pois são reais do ponto de vista fantástico e não uma ficção dentro da ficção. O fantástico que chega ser real dentro do real sentimento duvidoso. Agora vou fazer um esforço para sobreviver a travessia no mundo do inconsciente.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Deixar de tentar ser o outro


Estava pensando agora no que eu tenho para fazer. De repente me lembrei de algumas pessoas. Pessoas as quais me convocaram para fazer coisas as quais não estão ao meu alcance. Falhei em dizer que daria conta. Mas como poderia decepciona-las? Disse a elas  o meu limite: Farei o que for dentro das minhas possibilidades. Pensei que abraçar o mundo é impossível mesmo. Pensei que até o Superhomem tem a criptonita como ponto fraco, e nem sempre ele faz tudo sozinho. É inviável cuidar das nossas responsabilidades e das responsabilidades dos outros. Um problema ficaria mil vezes maior, se eu tivesse um campo de visão tão abrangente que tomasse o do outro. É parecido com viver duas vidas. Não conseguimos nem aproveitar a vida direito, quanto mais "tomar conta" das questões alheias que os outros deixam escorregar para nossas mãos. Não temos consciência do que é nosso e do que é do outro e nem o outro. O meu comportamento em determinada situação é condicionado passivamente pela atitude do outro. E sem perceber tomamos questões alheias, tentamos pegar com as mãos o espaço do outro: inutilmente. E sofremos tanto por nós mesmos. Por não saber onde é nosso lugar, nosso território praticável, onde realmente temos equilíbrio de resolver nossas questões e ajudar (se necessário) o outro. A chave de tudo é olhar para si mesmo de perspectivas diferentes, olhar o outro de perspectivas diferentes, simular o que está dentro do cabivel a nós, sempre buscando equilíbrio(a medida certa das coisas importantes para nossas vidas, para nossa felicidade, saúde, coração emocional pulsante até para o trabalho intelectual.) O contexto é outra chave para abrir a porta para o desconhecido. Saber o contexto das pessoas, das situações é pista para identificarmos nosso espaço. Receita para o bem estar existem varias, porém é preciso saber regular o foco que damos aos objetos que estamos observando e interagindo.

Despacho coletivo


Num momento da historia religiosa, houve um membro de um grupo da Umbanda que ganhou prestigio na Televisão por encorajar as pessoas a terem mais contato com o mundo espiritual de fato: chamar espíritos para dentro de suas casas e conviver com o tormento ou a benção, o ranço ou alegria, o peso ou levza, a alma penada ou iluminada, das reivindicações dos mortos. Era como se os já falecidos governassem a vida das pessoas mais efetivamente. Com direito a ataques parecidos com convulsões em todos os lugares e em quase todo tipo de gente. O caos se instaurou na sociedade, pois os espíritos mais faziam suas vontades do que as próprias pessoas. Havia uma grande briga entre espíritos de luz e espíritos da escuridão.As pessoas que já eram escravas de suas próprias vidas agora serviam ao mundo espiritual. Até que Lucifer, o membro do grupo de Umbanda, teve uma ideia de emergência: Fazer um despacho coletivo. Primeiramente quando foi ao ar seu pronunciamento, houve varias interrupções, pois o falecido tio do camera queria dizer ao mundo que não gostou do caminho que o sobrinho tomou e que vai amaldiçoa-lo por trabalhar na tv. Os espítos bons tentavam de toda maneira restaurar a ordem, mas havia pouca fé das pessoas do mundo e a mentalidade dos espíritos variavam muito. Lucifer disse a todos os que não estavam em transe no momento da transmissão para pegarem todos os ingredientes necessários para despacho e a seguir deu a seguinte instrução: peçam aquilo que desejarem, para que consertemos esse mundo(logo os possíveis tradutores que não estavam em transe, transmitiram para o mundo todo o procedimento. Mal sabia Lucifer que poderia estar evocando a bomba nuclear do século que deixaria "cratéras meteóricas" no mundo todo. No dia combinado, todas as pessoas que estavam conscientes, foram a todos os grandes centros de comunhão social( torre Eiffel, Central Park, Cristo redentor(e seus arredores), Patio do Vaticano, Praças do mundo todo...) e montaram suas "oferendas". No momento seguinte, o pedido coletivo e fervoroso, a maioria das pessoas foi possuída por espíritos, logo depois do "trabalho", todos foram para suas casas, para seu cotidiano. No dia seguinte, varias mortes, desastres, pessoas que se amavam, agora se odiavam, obesos viraram anorexos, anorexos vivaram obesos, pessoas tranquilas perderam totalmente o controle, viraram animais, os já animalizados, viraram "carnificeiros", o caos que já estava instaurado, ficou ainda pior. As pessoas pararam suas atividades, deixaram de acreditar em suas vidas e em si próprios, agora viviam pela vontade, pelo estimulo que recebiam, a distorção moral e espiritual era tanta, que as pessoas já não se reconheciam, casamentos foram desmantelados, famílias se esfarelaram, corporações gigantes se transformaram em grandes caldeirões de pessoas descontroladas. A razão não mais residia na mente. Tudo era erupção de trabalhos espirituais. Não havia ordem. Lucifer foi morto, por seu filho influenciado pelo pior tipo de espírito, espírito do mal, da desordem. Quem teria desejado esse fim a ele? Seu filho ficou louco. Quem alma ou corpo físico com alma teria desejado que o mundo se consertasse? Qual era a verdadeira vontade do homem coletivo? E a dos homens individuais? Quem teria condição de fazer uma simples oração para o bem da humanidade? quem teria voz agora de orientar verdadeiros animais que não se apropriam de suas almas, que se julgam "eu". Ninguém mais.