sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mineiro da Casa de Madeira

Musica para acompanhar:
Honest - Band of Skulls

Levantou cedo e foi para a mina.
Seu trabalho dura o dia todo.
Sem pensar em nada usa sua picareta para extrair os minérios.
Os minérios escondidos e encrustados na rocha sedimentada
Volta pra casa sempre com pouco.
Sua casa de madeira.
Suas pequenas economias.
Não esconde absolutamente nada.
Está em busca de um coração de ouro.
Por que não o tem.
Tem um vazio no formato de um coração.
Não volta para casa enquanto não tiver uma mínima quantidade de minérios.
Minérios que o fazem se manter a cada dia.
A cada coisa que possue sabe exatamente o quanto teve que trabalhar para conseguir.
Conseguir que fosse mais honesto consigo mesmo.
Deixar expostas suas feridas para quem quer que veja.
Nunca esteve interessado em acumular riqueza.
O Amor sempre esteve em seus bolsos. Nada mais.
Troca qualquer sentido emprestado por silêncio.
Foi muito dificil jogar esse xadrez de atitudes.
As outras pessoas trapaceiam pois não conhecem a si mesmas.
Conhecem apenas aquilo que pensam e enxergam ou enxergaram na hora.
Não sabem ver com os olhos fechados.
Não sabem escutar o silencio.
Muito menos os sinais que seus corações de carne lhes dão.
Suas mãos quentes dentro das luvas suam.
Tantos golpes, por tão pouco.
E ele ainda troca, para comprar pão, café.
Caça! mata animais, que a natureza repoem.
Mata pessoas, com sua sinceridade.
Mas quem disse que ser Honesto é bom?
Estilo de vida? Mineiro Honesto?
Lapidando emoções novamente...
Quebrando, arrebentando toda e qualquer ilusão sedimentada.
Sedimentos que encobrem e encrustam as verdadeiras emoções.
Seus desejos... ah! tão vãos...
Um coração de ouro.
E a mina que possue uma estrada de trilhos, iluminação...
Não é suficiente para seus desejos.
Ele sempre tentará mentir sobre seus próprios sentimentos.
Vai falhar, é dificil ser honesto. Fingir não o ser, é ser modesto.
E ele lava seus minérios em água corrente e vê beleza em seu trabalho.
vê beleza nas pedrinhas, vê preciosidade!
Apenas ele vai enxergar o que seu próprio trabalho lhe diz todos os dias santos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Freud de e-storias em quadrinho

Musica para acompanhar:
Hollywood Bowl - Band Of Skulls

As pessoas almanaques
Desembestam a dizer
Seus delirios de cultura
Comem com farinha baiana
o arroz e feijão de todo dia
Cultura em panfletos psicodelicos
Cultuletronica panfletagem sem fim e wireless.
Por falta de espaço na estrada
colisões frontais de perspectivas fajutas e inuteis
Como as confabulações em comunidades orkutidianas.
Tudo escorre e se esvai em cabos de fibra otica e coaxiais enferrujados.
A dormencia cerebral nos envelhece e nos rejuvence para sempre
Nos infatiliza e nunca nos faz amadurecer.
Vc é o melhor no que faz! Eu sei disso!
Seus pais não vão querer o melhor pra vc neste futuro do preterito.
É bom pensar nos sapos que irá engolir.
Sapos com gosto de sapos
Lacustres viscosos e gelados.
Uns maiores que os outros.
Que tal se envenenar de tanto se envenenar?
Pode ser um paliativo.
Para sua frustração pacificadora diabolica de pães amanhecidos para seus filhos.
Sorte sua que vc tem de tudo!
Tudo que lembre o que não vc quis olhar
Com esse olhar frustrador, Castrador, e Alienador de seus pais.
A Culpa é toda sua!
Ter nascido não é das maiores culpas.
a questão, decididamente está na busca insana por frustração
a todo o momento infeliz que vc passa.
Ei vc que ainda pode transformar esse olhar destruidor em olhar RESET.
Feche todos os aplicativos, por favor!
E FORMATE A SUA CABEÇA!
Pelo bem de todos que lhe acompanham e são frustrados.
Todos iguais ao que vc será.

Detalhe

Já notaram o horário das minhas postagens?
Não é preciso! nunca postei nesses horários!
Não sei como mudar a hora das postagens!
Para saber a que horas realmente eu postei, vejam que coisa louca,
Some 4h a hora da postagem!
divirtam-se! E obrigado por me "seguirem".

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sou um Tanque de Guerra no Deserto de Gelo

Noite a dentro, cruéis tempestades de gelo encobrem o casco militar.
Sem radares nem GPS passo por lugares mortos.
A procura do nada. Acontece que o nada está diante dos meus olhos.
De dia há muita neve. Uma neve tão branca que me cega.
Deparo-me a um lago congelado, próximo a uma floresta de coníferas.
E vejo uma ponte que liga lugares espirituais.

O que são? Quem são? O que foram quando vivos?

Espectros transpassando o tempo e espaço sobre águas congeladas.
Dizem que é a Aurora Boreal. Quem tem certeza do que vê?

O dia tão gélido e tão branco. Esteiras á neve tão pacifica, mas traiçoeira.
Estou em um buraco camuflado pelo gelo.
É nessas horas que me questiono.
O que faço em lugares dizimados?
Fácil. Estou apenas.
Mas é com alavancas auxiliares prossigo minha jornada.

A noite tão escura que meus faróis mal podem trazer a visibilidade.
Atropelo fatalmente animais que estariam vivos agora.
Mas é preciso passar.
É preciso achar o que nunca vou achar.
É como a própria vida.
Sem razões, sem motivos, sem objetivos.
Passar enquanto é possível.
E a cada momento de vazio existirá a busca por mais sentimentos lacunares.

Sou um Tanque de Guerra no Deserto

Esteiras às areias sempre desconhecidas.
Sempre sozinho.
De dia um sol em cima do casco invulnerável aos raios solares.
Tão pouco a areia.
De noite uma fria lua solitária sobre um casco militar a admirar as estrelas.
Sem uma miragem para compartilhar a vista.

A cada morro que subo que desço,
Sempre a procura do nada.
Estou no nada, mas não enxergo.
Há muita tempestade de areia.
O que me engana.
O que sempre me faz achar que acharei algo.
Acho que não existe trilha. Tudo é inércia.
Tudo é real ou tudo é abstrato.

Se contasse as milhas que percorri,
Não me impressionaria se estivesse percorrendo por séculos.

É uma passagem perdida.
É uma reconstrução individual.
A passagem de todos os personagens que assumo numa só pessoa.
União parcializada de todas as idéias de minhas personalidades.
Mais um dia termina e não me encontro nesse mundo de areia.

Atiro nos montes de areia.
Pois são inofensivos e inertes.
Será que revolta é uma entidade espiritual?

Todas as almas que passaram pela Terra perambulam no deserto a procura de corpos.
É possível ver os espectros entre uma tempestade de areia e outra.
São todos os eus que posso ser. Mas o casco militar revela a impossibilidade de ser os eus que busco ser.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Poesia sem Titulo II


 Não disse que voltava?
Voltei, mas não para voltarmos.
Nos dias que fiquei fora pensei.
Lembrei muitas vezes de vc.

Odiava pensar que vc estava se humilhando.
Como chão vc esta sendo pisada.
Nessa manhã sem fome e nublada vc se alimenta.
Vc sempre tende a zero.

Se ao menos vc fosse mais vc mesma.
Se ao menos vc deixasse de ser pisada todos os dias.
Se ao menos vc se entretesse mais com seu dia.
Preenchesse vc mesma com vc mesma. Apenas.

Do que vc precisa?
Apenas de vc mesma. Esta é vc. Vc é seu próprio combustível.
Vc não precisa ficar sozinha.
Vc tem que ser livre.

A prisão que vc está hoje existe
Porque vc esqueceu de olhar para si.
Cansei de imaginar vc se decepando.
Decepando seus sonhos e sua esperança.

Deposite confiança em vc.
E não totalmente nos outros.
Os outros não são vc. Não pensam como vc. Não respiram como vc.
Faça valer a pena este poema.

Poesia sem Titulo

Musica para acompanhar:
That's The Way - Led Zeppelin

Quebrar dos ovos numa manhã tardia e nublada.
Nascimento de uma criança.
Lenha na fogueira.
Uma tempestade que roubou o dia e se juntou a noite para se tornarem um só.
Desentrelaçar das mãos sempre unidas.
Um passo para o desconhecido.

Talvez eu nunca mais volte.
Por favor fique!

Estar só na cidade cinzenta e não ter ninguém.
Estar num campo sem motivo.
Um tanque de guerra no carnaval.
Deixar alguém.
Ficar desorientado quando há orientação.
Desafeto.
Tudo o que não há explicação.

Se nunca acharemos a nós mesmos,
Poderia ser possível ao menos,
Ver nosso reflexo no espelho.

Quebrar dos ovos numa manhã tardia e nublada em que não se está com fome.
Nascimento de uma criança ao mundo dos outros.
Troncos de árvores na fogueira para fazer carvão.
Uma tempestade que roubou o dia e se juntou a noite. E a noite chorou.
Desentrelaçar das mãos da fraternidade quando não há igualdade.
Um passo para o desconhecimento das coisas vitais.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Don Juan e o violão espanhol

Musica para acompanhar:
Have You Really Loved A Woman? - Bryan Adams
 
Mulheres são músicas.
conhecer uma é como tirar música de ouvido.
Como tentar fazer uma partitura fazer sentido.
Mulheres harmônicas e mulheres melódicas.

Há mulheres que todo o conjunto é maravilhoso.
Há mulheres que são como se vc a conhecesse de outras vidas.
O fascínio está em como se instala e se configura uma mulher na mente de um homem.
O que me lembra um virus.

Vc primeiro a conhece
Se vc gostar, vc continua ouvindo o que ela tem a dizer.
vc se apaixona
Vc acorda, passa o dia e dorme com ela.

Como uma musica mesmo.
Mesmo ela sendo de escorpião ou leão.
Cada acorde feminino, um timbre e um deslumbramento.
Existe para cada mulher uma musica.

Tão numerosas como as musicas.
Virulentas que deixam marcas na alma.
há quem morra por elas.
há quem viva por elas. E só por elas.

Existem musicas, como mulheres
Que vc escuta da primeira vez e nem da importancia.
Depois de um longo tempo a recordação vem.
Como faca ou como afago.

Assim são as mulheres.
Progressivas, tranquilas, heavy metal.
São tão geniosas que creio que nem exista estereótipos.
Cada musica baseada em outra.

Assim como a primeira música.
Assim como a primeira mulher.
Nada de costela de adão.
É um corpo inteiro.

É a cadencia de sons
Decadencia de sons.
Nos afetam profundamente
Nos tocam a alma.

Nos preparam pra vida.
Nos confundem para vida.
Nos protegem da vida.
Nos castigam com a vida.

Rushando

-Música para acompanhar:
Asleep in the back - Elbow

Hoje é um bom dia para investidas.
E ela está lá, olhando para o vazio da tarde.
Vou até ela para o assédio.
Começamos a conversar
E prendo a atenção dela.
De mãos atadas já não pode com minha ternura.
E logo eu a desarmo.
Olha dentro dos meus hipnóticos olhos.
Levo e trago com minhas ondas pupilares.
Não tem como fugir.
De repente o cabelo quer ser tocado por suas mãos,
No silencio um olhar perdido.
Um frio sorrateiro tenta acolher.
E meus braços na exotermia.
Uma conquista tão rapida que só há uma saida
Render-se.

domingo, 25 de abril de 2010

Conversa por MSN

oie!
td bem?
Td bom e vc?

Há certas coisas que não queria contar.
Então não conte, preciso lhe dizer uma coisa.
Diga!
Não posso, estive pensando depressivamente hoje...

O que vc pensou?
Estive pensando sobre como as pessoas são
E como elas são?
Mesquinhas, cheias de mesquinharices.
E se julgam importantes para si mesmo?
Exatamente!
Eu ja lhe disse isso alguma vez?
Não, eu senti.
Claro!
Vc se sente bem com isso?
Posso dizer que não.Mas estou aprendendo a lidar com isso.
Vc ja me viu com mesquinharias?
Prefiro não comentar, pois eu sou...
Pessoa mesquinha?
Por acaso vc não é?
Mudemos de assunto?
Então seremos sempre assim?
Não mudaremos de assunto?

Tenho urgencia no meu coração!
Não posso responder certas perguntas!
Preciso ir!
Não vá!
Mas não posso ficar mais aqui!
Preciso lhe dizer...
Dizer oq?
Não consigo dizer...

---the user is offline----

sábado, 24 de abril de 2010

Reconhecer e Merecer

Reconhecer é dificil.
Merecer é passivel.
Deixe todos o verem, mas quase ninguem te reconhecerá.
Seu merecimento ficará como um aroma imperceptivel no ar que todos repiram.

Reconhecer nos remete a se recordar de algo
De uma cadeia de lembranças
De uma reunião de sentidos.
Como um sincronismo milagroso.

Merecer é qualquer operação matematica que vc faz para qualquer coisa
Merecer é genérico
Merecer é nada, é expectativa, é determinação, é qualquer coisa
é estipular um valor que nem nós podemos atribuir

Dou-lhe a oportunidade de completar meu texto
O seu reconhecimento estará em sua mente ou nos seus comentarios
Basta dividir a angustia ou guardar o peso de ter que olhar para o invisivel.
Ainda que a essencia evapore no mesmo ar que eu e vc respiramos.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pulmão Sanguineo

Estavam todas elas no campus.
Suas formas, cores, galhos, caules, folhas, raizes, flores...
Cada uma com suas caracteristicas próprias.

E se pudessemos saber o que cada uma delas sente.
O que seria o tropismo, sua vontade?
A disposição, orientação de seus galhos.

Aquela ali tem um quê de protetora
E aquela,  parece que está triste.
Ali, uma que parece estar dormindo

Tem aquela que aparenta estar com raiva do asfalto
Se mostra quebrando a calçada e desdobrando raizes na pista.
Retiraram na todo o seu contexto primario.

E aquela perto do Refeitorio
Esta sempre feliz por ter que cobrir os carros do sol.
Cada porção de folhas cobrindo cada carro.

E a que parece agradecer a todos na primavera
com sua chuva de lindas florezinhas,
Que lavam a alma de todos com suas cores e aromas.

E assim cada arvore tem vida sim!
Não perdoarei os vegetarianos
Salvo se eles acreditarem que elas também sentem.

Desabafo

É dor
Ninguém nunca saberá a dor daquele outro.
A dor de ser sozinho.



                                 sozinho




...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Para aliviar a Dor

É dor!
nauseas
peso no ombro direito
Xô Capeta! tilintar da meia Lua!
Ele não escutou.
Mostrou suas várias faces.
Insônia
Mal estar
horror, 3h15 da madrugada
o pessoal contaminado o teor literário.
se é que já houve.
Lhes confesso
Sou fraco
Mas sou o fraco mais forte que já conheci.
De tantos buracos com insetos peçonhentos que já cai,
Ou matei todos os insetos, ou sai do buraco, ou morri, mas ressucitei.
O que ainda faço vivo?
Faço vida! Para quem?
Para mim e quem vier!
Aqueles que me querem pela metade terão menos que zero.
Aqueles que me querem, simplesmente, terão o meu complexo.
Amplexo enorme.
Ainda há dor, sofrimento e carrego comigo
Para que nisso tenha sua porção sacrificio.
O dificil de viver é sofrer.
Se ficamos longe do sofrimento,
nunca saberemos o quão é confortavel seu oposto,
que está sempre escondido e nos prega peças,
a toda hora e a todo momento em que o coração
quer descansar, parar de bater pelos outros,
para bater para si mesmo ou bater sem porquê.
Infeliz o feliz, que pode estar sendo enganado por si mesmo.
Feliz o infeliz que pode descobrir algo incrível e recompensador.
É dor, melhor que não senti-la.
Senti-la é doloroso
Perde-la é a minha recompensa
Perder me é minha sentença.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Estoque de paciência

Eu abri a porta e ela entrou.
Entrou, pois seu senso de aberração é ímpar.
Ela vem e me decifra, o código de Hamurabi.
Como se eu fizesse doações de razões
Preferi doá-las.

Não servem a mim.
Não preciso ter razão.
O presente nos cobre e nos recheia.
A própria convicção do bolo
Estará no 1o ou 2o pedaço que eu provar.

Faço donativos, em forma de razões, as pessoas.
Mas agora vou precisar de sacos de paciência.
Vc sabe onde tem uma loja perto daqui?
Vou precisar, pois as pessoas nunca vão parar
Sempre terão verdades absolutas

E eu como "bom-samaritano"
Vou ajudar essas almas sem corpo
a terem mais razão ainda.
Já disse eu não preciso delas.
Basta que meus ouvidos tenham filtro.

Assim como o True Metal
Eu escuto bobagens, tranquila-mente(s)
E faço aleluias as razões da Terra.
o som distorcido de uma guitarra como filtro
Me ajuda a transformar merda em adubo.

Como se não bastasse
Acham que eu fico sem razão
Perco a moral
Como se tivessem muito disso ai.
Eu tenho muitas razões para distribuir

As dou a quem quiser discutir comigo.
Não me prejudicando faço doações.
Se razões fossem convertidas em dinheiro
Acho que eu já seria milhonario
Simplesmente porque as pessoas preferem a segurança

A busca por um chão firme
E nunca enxergam que por conta da insegurança
Por conta da duvida
é que conseguem alguma coisa
Um feixe de razão pré-fabricada.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Coisa de blog

Como viram em alguns textos... existem erros medonhos, dentre eles todos por preguiça!
Façam um esforcinhão e completem meus textos em suas mentes!
É duro ser dono de blog...rs
Obrigado por "me seguirem"... hahahahah
Arthur

Peixe passional

Não vou ser sincero
Não vou falar a verdade
A veracidade é fugaz e absurda
E acaba com a magia da criatividade.

Como um cobertor no frio
Um presente a uma criança
Uma passagem de ano cheia de fogos
O sol penetrando a carne e livrando do frio
Vou lhes mostrar meu mais novo vislumbre.

Sobre ser paciente prefiro ser tambem passional
Se não for passional como viverei intensamente?
Se não jogar pra ganhar, para que jogar?
Se inventasse poderei tudo.
Tudo romancinho barato.

Vou roubar aquelas flores da vizinha rabugenta
Ir no Boticario e usar aquele perfume q não posso comprar
Vou pegar carona num carrão de um desconhecido
E vou chegar na casa dela com pinta de galã
E tudo isso por um simples olhar anzol

Sou peixe, não conquisto, sou conquistado
171, q nem sei oq é...
o pé rapado que namora a filha do prefeito
O lixeiro que pensa na modelo de Milão
um lambari da lagoa querendo um rio pantanesco.

Tudo romancinho de novela
Bla bla bla bla bla bla bla
Tudo começa com um olhar anzol
e la vai o peixe ser fisgado
Ah se não vou sacanear

Sacanearei da seguinte forma
Chegarei bem perto do anzol
Roubarei a isca
E o pescador nem vai perceber
A não ser se eu olhar pro pescador

E me fisgar no olhar dele
Que será a mulher, filha do pescador
Filha do prefeito, lembram-se?
Ai espero q ela tenha compaixão
e me...

...leve junto com ela, oras
Sou peixe, não tenho inteligencia
Peixe passional, ou seria um
romancinho trivial
Dane-se as criticas

Serei tão piranha q
apagarei os comentarios do blog
que não me servirem
mas como peixe passional
os deixarei la intactos.

Cega Tesoura

Uma tesoura cega corta papeis coloridos
Corta as cores como elas são: suaves
De repente tenta cortar a madeira
Já não pode cortar
É a corte da dureza.

Não fez curvas nem suaves cortes
Fez recortes pontiagudos
Sem perceber cortou documentos
Cortou cartas de amor
Recortou as esperanças
E ainda picotou os sentimentos

Como pode cortar a cartinha da criança?
Quem deu vida a aquela tesoura?
Quando esse gesto insano vai parar?
Personificaram-na!
É tarde demais para voltar atrás!

Se ainda restassem picadinhos compreensíveis...
Mas só resta palavras ilegíveis.
Qual será o propósito da tesoura?
Quem será o dono dela?
Será que não podemos pará-la?

Se fosse possível tocar na tesoura...
Mas é ela que nos toca!
Recorta todos os sentidos.
E ficamos aqui parados ou frenéticos
Sem saber de quem é a letra perdida,
Ou porque fomos cortados e cortamos aos outros.
Aqui estamos nós Picotados!
Ou cegamente afiados!

Eu nunca estou sozinho

No trabalho tenho colegas. No ônibus, conversas a fora. Na faculdade, amigos das 19h às 22h30. Em casa tenho família. O ano todo sou rodeado de pessoas. Quem são elas?

Nós sempre estamos sozinhos

Quem cuidará de nós, depois de nossas mães? Quem estudará por nós? Quem trabalhará por nós? Quem cuidará de nossas pequeninas crianças? Quem realmente se importa conosco?

Enxergar a Cegueira

Acordei sem sono
De madrugada o sol ja tinha avisado que sairia
Seus raios vermelhos e reluzentes no horizonte.Mas eu queria a noite.
E cada minuto a lua se apagava
E vinha aquela luz para cegar o que eu precisava ver.

De tempos em tempos a lua não aparece de noite
Dia pós dia o sol consegue estar presente nos dias de chuva
Quase todos os dias a lua transparente fica no sol. Descontextualizada.
As noites de lua cheia são as que me levam para o que quero.
Sigo o mapa de estrelas onde o destino é explicito, mas inacessivel.

O poder e o querer, nunca estiveram ao mesmo patamar.
Não quero a luz agora. Quero a escuridão. Ou eclipse novamente.
Quem dera ser cego e ver a eterna noite na imagem do cerebro.
Mas vem o sol, arrazando toda a escuridão.
Desmanchando o conforto, levando tudo oq eu precisava ver.

Mas se o sol cega, talvez poderei ter a ilusão que ainda é de noite.
E a escuridão, como a luz pode traze-la com sua propria presença?
E como a escuridão estava sendo que eu quisesse enxergar?
Talvez não haja diferença entre ser cego e não querer enxergar.
A Ilusão é uma visão cega. Uma convicção falsamente verdadeira.

E se eu quisesse enxergar?
E se eu pudesse enxergar oq estivesse ao meu alcance?
E as coisas que ainda não enxergo?
Estarei cego?
Relativamente, Parcialmente, quase cego.

Eco

O que faço com um céu azul?
O que faço com grama verde e arvores frondosas cheias
de frutas e flores?
O que faço com a paisagem que vejo?
O que faço com vc do meu lado?
O que faço aqui com tudo isso?
O que faço com sentimentos? com respiração ofegante
quando olho pra vc?
O que faço com uma figura tão feminina?
O que faço com seu amor?
O que faço com nós dois?

Do que vale tudo isso sem dar o valor real do que merece receber?
Do que vale seu sorriso se eu não vejo graça, se não bebo a mesma taça de harmonia que vc?

Por que o egoismo mata as pessoas?
Por que existem pessoas secas por dentro?
Por que a gentileza virou rudez?
Por que o amor hoje tem 1001 interpretações?
Pra que serve enganar os outros como a si mesmo?
Por que fingir viver quando se morre explicitamente?

Vivai!
Morreis por nada!
Não vives por seu amor!
Não morres por seu amor!
Que espécie de humanidade somos se regredimos a evolução
de nossos sentimentos?

Matador – Ler atentamente.


Sou exterminador. Mato crianças, minha pistola dispara uma bandeira: Buuummm!!!!; Risos. Não tenho boa aparência. Sou o terror de uma cidade do interior. Busco vitimas. Muitas vitimas. Vitimas do meu bom humor.
Além de crianças, perto da meia-noite cominho pelas ruas em busca de mulheres indefesas: presa fácil. Logo me “aproxego” e me apresento, analiso sua figura e peço, encarecidamente abrigo, em troca ofereço segurança e boas risadas.
Não sou justiceiro, mas mato muitas pessoas, de rir. Algumas vezes faço chorar: minha família, pela escolha da minha profissão.
Como posso me vender tão fácil a tais elementos tão asquerosos? Mas os - mato no fim. Eu sempre mato. Não pessoas, mas maus sentimentos.
Já fui expulso por ser tão perverso, muitas pessoas eu deixei chorando, sofrendo com minha partida. Doentes, crianças, idosos e viúvas.
Sou infeliz. Entristeço as pessoas. Meu rosto traz saudade para muitos: Minhas fofocas imaginárias. Infelizmente abandono pessoas por causa do meu Bom Humor.
Já fui um doutor psicopata e impiedoso da alegria, várias pessoas conseguem se salvar da minha perversidade e outros não resistiam.
Levo comigo minha pistola, minhas roupas, jaleco, um “discman” com um CD do Olodum como estetoscópio e a vontade incessante de matar as pessoas de rir.

domingo, 11 de abril de 2010

O Tigre e a Estrela

Musica para acompanhar
Goo Goo Dolls - Iris

Em um planeta desconhecido que era muito parecido com o planeta Terra, havia criaturas inteligentes. Essas criaturas eram iguais, em aparência, iguais aos animais e vegetais, do nosso planeta, não havia seres-humanos. Um dia um tigre nasceu, era pequeno demais para caçar e se alimentar, portanto precisava de sua mãe para se alimentar. Foi crescendo e foi percebendo seu corpo, cada vez mais agil e musculoso. Cada vez mais seu desempenho em caças e comunicação com outros animais era melhor. Tinha que caçar outros animais, mesmo existindo comunicação clara entre os animais, plantas e até insetos, era preciso seguir a cadeia alimentar para que houvesse sucesso na natureza e perpetuamento de espécies. O tigre tinha o hábito de olhar estrelas. Sentia que podia toca-las, achava a luz que vinha da noite um mar, um tipo de campo, e adimirava, não sabia nada parecido com a nossa astronomia. Em outras vezes notava que havia uma estrela que brilhava muito mais que as outras e começou a tecer sentimentos por ela, pois para o tigre ela tornou-se muito especial, sentia-se acompanhado, sentia-se feliz.

- Ei estrela! - todas olharam para o tigre e responderam com uma saldação.
Mas ele focou seu olhar na estrela mais brilhante e repetiu:
- Ei estrela! -todas as outras olharam, entenderam e a mais brilhosa respondeu:
- Olá tigre! Não acha um tanto constrangedor falar com uma estrela?
- Não sei estrela, gosto do seu brilho, por isso eu a admiro!

A estrela nada pode responder com resposta tão inesperada e ficaram conversando por horas até o sol chegar e o tigre não conseguir mais ve-la.
Era perturbador ver a estrela se apagando toda manhã.
O tigre tinha um dia inteiro de caça. Pensava em sua estrela a todo momento e para se lembrar ele olhava o reflexo do sol na agua.
A noite se aproximava e ele ja sentia uma certa emoção de ve-la. E por muitos dias conversavam até o nascer do sol.
Um dia o Tigre tão apaixonado pela estrela, pensou por muito tempo como tocar na estrela, como ve-la de perto. A estrela estava meio triste, mas precisou fazer uma revelação ao Tigre.

-Não posso mentir para vc meu tigrezinho, não existo! Eu fui estrela a muito tempo atras, milhares de anos, e o que vc esta vendo é a penas uma luz que viaja no espaço até chegar a seu olho.
O tigre não compreendia então por que é que conseguia conversar com a estrela então, e indagou a ela.
- Sou alma de outro mundo, sou algo que é inatingivel, sou força que não se entende, apenas se sente.

Sem entender o que realmente estava se passando, pensou que aquilo poderia ser um sonho, como poderia compreender o que a estrela estava falando a ele. Pensou que era tudo fruto de sua imaginação.

Quis correr, fugir da estrela, mas foi inutil, enquanto não amanhecesse, ele teria que ficar sobre o olhar dela. Sofria por isso. Pois ele como entidade fisica, não poderia trancender nem tempo nem espaço.

Sentir a presença da estrela tão querida, todas as noites, começou a fazer mal ao tigre.
Durante o dia o tigre ficava na sombra de uma arvore tentando desvendar misterios. Percebeu que o sentimento que tinha pela estrela era possivel, mas do jeito que se configurava e não pelo jeito que ele configurava. Pensou que seria submisso a algo que excederia sua existencia. Não podia deixar de ser tigre. Mas não podia esquecer a estrela.

De repente pensou que as coisas não tem proposito para serem nem para acontecerem, sentiu pena de si, por tentar entender a aleatoriedade. Viu-se pequeno. Mas de qualquer forma ja estava imbuido daquele sentimento.
Decidiu não pensar em nada. Decidiu viver seu sentimento, mesmo sendo como é.

Mais tarde a estrela deixa de aparecer. Para o tigre foi um pouco de sua morte. até que depois deixou de buscar estrelas.
Uma vez durmiu debaixo da sombra de uma arvore, acordou no meio a noite e se deparou com a figura de uma tigreza desenhada no céu estrelado.
No dia seguinte, o tigre é acordado pelo cheiro e pela presença de uma tigreza. Achou muito ironico tudo isso. Achou que não tinha controle nem sobre seus sentimentos muito menos por desenhar situações ou realizar ideais. Tudo no mundo se trata de vai e vens, de energias, de frequências, de magnetismo. Somos movidos e nos movemos, como um fototropismo, em busca de luz, ou qualquer outro estimulo.
O tigre e a estrela se fizeram bem como deveriam, minados por sentimentos, por atração, pelo que tinham a oferecer. O que realmente importava era simplesmente sentir, ficar aberto aos sinais, aos outros e as outras coisas sem saber, sem procurar, sem a ânsia de querer mais do que a medida que recebemos. A incompletude do dia provém da própria falta que causamos a nós mesmos, por repressão, por ignorância, por não pensar com emoção e ainda sim falar de sentimentos, arriscar-se e não arriscar-se com situações aleatórias, configuradas da maneira que fizemos sem a menor consciência, sem o menor poder de controle sobre as coisas da natureza.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mulher que eu criei II

Estava avulso no calor do sol,
Com o coração leve e bem quente.
Quando eu a reencontro.
Ela me faz estourar minhas veias
E jorrar, minar rotas esperanças.

Tão linda vulgarmente,ímpeto mortífero, uma ofensa.
Tão doce que intorpece.
Vinda da tragédia da mente
De inventar o sofrimento.
Criar o asco, replicado constantemente.

Ela é inacessível pelo Poker Divino
Um Royal Straight Flush a meu favor
É uma questão randômica.
Possibilidade remota de felicidade.
Então o que estou fazendo a mim mesmo?

É feitiço, é magia negra, há uma barreira do mal
Sonhos desmanchados, olhos que sugam sua força vital,
Mal que corrói as vontades do cotidiano,
Por um desejo mórbido da paixão.
É a perdição para imortalidade.

Veio do submundo
Devoradora de almas
A minha já está comprometida.
Agora só há vontade infinita de saber onde se está.
A passividade enquanto forma última de sobrevivência.

E o tempo como dimensão de misericórdia,
Sou vitima de mim mesmo, da mente.
A busca da auto-piedade.
O que fiz comigo mesmo?
Desenvolvi um doença somática moderna.

Crawler's under attack!(Sob ataque!)

(Ajudem-me com o titulo...)
Ele acordou desmemoriado da noite de ontem. Quis um café amargo que fazia toda a manhã na oficina. Foi consertar o Opala de um coveiro que morava perto dali. Fazia um sol bem frio com ceu azul, no dia, até que um homem, bem mais alto que o mecanico, disse que o alvo foi encontrado e que teria que extermina-lo. O mecanico sem o menor talento para entender as coisas fora do universo da mecanica, tentou receber o visitante, quando foi apontado uma arma para a cara do mecanico. No mesmo instante, segurando um grifo pesado, arremeçou na mão do meliante arrancando-lhe a mão. Absortamente intrigado, notou que o agressor não era humano. Tinha visto uma vez um filme de ciborgs, mas achava aquilo um otimo pretexto para durmir e roncar. Surpreso arremeçou, com toda força, rodas de carros contra o não-humano. Derrubou o sujeito, foi até ele abaixou e não teve duvidas, este não-humano era de metal e continha fios e pecinhas. O mecanico levantou e foi tomar outro café mais amargo que o anterior para ver se dispertava do sonho non-sense. Assim que tomou seu ultimo gole de café viu uma linda garotinha segurando um balão por uma cordinha do outro lado da rua. Explodiu, a garota estilhaçou pedaços e mais explosões aconteciam, parecia um tipo de bomba fragmentada. Feriu algumas pessoas, mas o mecanico tratou aquilo com tanta indiferença que voltou pra baixo do Opala terminar o que tinha começado. Logo mais um cachorro que ele podia jurar que tambem era um tipo de robo se aproximava de sua oficina. Deu logo um chutão que o cachorro esquisito foi parar junto com os destroços da menina robô. A conclusão, pela dor no pé, foi que o cachorro esquisito realmente era robô também. Questionou-se, que tipo de mundo eu estou? Só quero trabalhar em paz na minha oficina, paguei todos os impostos para essa Bosta de governo, ganho meu dinheiro suado todo mês, pra comprar minha cerveja de fim de semana, e os butecos da noite a dentro, não deve ter muitos robôs por ai, acredito que foram somente esses. E desde então o mecanico teve que cuidar dos carros que consertava e dos robôs que vinham lhe visitar. Crawler era um mecanico gentil, bondoso, estupido e todo sujo de gracha(Erro Linguistico nº9642x00x), não ligava para que o mundo tinha a oferecer, só queria o Seu e pronto, sem pormenores. Depois de um tempo os ciborgs cessaram suas visitas, Crawler tinha um deposito de corpos de ciborgs e decidiu montar uma geladeira com as peças para guardar suas cervejas. O mecanico Crawler não era uma pessoa feliz, era feliz por sua infelicidade dos eventos que aconteciam em sua vida. Gostava do Poker, ficava na expectativa de ganhar, não apostava muito, a maioria das rodadas fugia. Não tinha familia, amou algumas mulheres, tem 40, e faz questão fazer carrranca a todos que passam, de repente para provocar medo e repulsa nos outros, não sentia nada com isso, mas se sentia mais dono de si. Peidava e arrotava a hora que bem entendesse. Era um cara livre. Adorava carros e a mecanica das coisas. Sem sua oficina ele se considerava um morto vivo a espera da redenção do leito de uma morte rapida. Mas sempre tinha dinheiro para manter seu negocio funcionando, consertava carros com pouco capricho, mas os carros funcionavam, era honesto e dizia que os carros nunca ficariam realmente bons. Os carros saiam sempre com um barulho de regulagem mal feita, mas funcionavam. Não tinha nenhum vislumbre, futuro não havia em sua mente. Apenas trabalhava, não sabia o que era viver, mas vivia somente o presente.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Igneabstração

Foi aberta a temporada de caça a ignorância.
Quem conseguir caçar a pessoa mais ignorante
Vai ter o prazer de conviver com ela pelo resto da vida.

Quem disse que ser ignorante é ruim?
Ignorar é ruim?
Para muitos não!
Nem para você.

Se eu ficar cego talvez fique menos ignorante
Pois seu erro é julgar que a visão dá forma as coisas.
Sua audição julga as coisas e você as ignora.

Se eu ficar surdo os sons seriam ignorados.
Porém a visão seria minha nova audição.
Ainda que leitura de partitura permita distração.

Quem disse que os sentidos tem sentidos?
Sentir é ruim?
Ignorar sentimentos é pão de cada dia.
Até para você.

Se eu dissesse que a letra "x" tem a palavra "xinelo",
Xingasse sua Mãe,
E ameaçasse você de morte,
Tudo isso seria ignorado.

Se eu assinasse um papel,
Xingasse o Juiz,
E ameaçasse o júri de morte,
Tudo seria sentido.

Mesmo que eu estivesse sentindo raiva
Mesmo que eu estivesse ignorando as consequências
Então, por que(,) não(,) continuar ignorando?
Então, por que(,) não(,) continuar sentindo?

Sim, vou ignorar segundo as horas do meu relógio.
Se eu sentir sono talvez eu ignore.
Ignorar permite não sentir
Sentir permite ignorar.

A Dadiva da DiVida.

A vida é assim.
Ás vezes você tem o controle
Ás vezes você não o tem.
E ainda tem que ter esperanças.
As esperanças nunca são amigáveis.
Remetem sempre a algo que você nunca vai saber sem antes acontecer.

A miséria de se sentir marionete do acaso.
A nuvem que aparece confortável mas é apenas ar e te faz cair.
Numa queda cataclismática.
Daí vem uma dor que você jura que é sua alma gritando.
E queimando. Congelando. Até você se calar.
Você faz, você é feito, resultado.
Você se refaz, você resultando, conseqüência.

Às vezes você é controlado.
Às vezes você não é.
Como uma peça de teatro,
atores, papeis, cenário, improviso, roteiro
final feliz ou trágico,
no caso da vida tragicamente irônico ou relativamente feliz.

Vc não pode ter tudo o que quer.
Vc pode perder aquilo que nunca teve.
Seus desejos são como fantasmas.
Assombram emoções e ferem.
Trazem o medo.
Transportam memorias na via do tempo.
Trazendo ideias, comportamentos, sentimentos...

E vc, apenas alma vivente, não vegetante.
Mas vegetavel, sentir-se movido.
Não sentir movendo-se.
Seu discurso como farelo, farofa de restos sempre de ontem.
A criatividade emprestada e ocultada.
E tudo aquilo que te adormece e morre.
São todas parte da vida.
A vida mata.
A morte vive.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A peça

Abrimos o crânio normalmente.
Desconectamos o cérebro da medula e todos os vasos e capilares.
Com todo o cuidado retiramos o cérebro e o abrimos na mesa.
Todos os setores estão desligados.
Todas as emoções congeladas,
Pensamentos congelados,
Funções motoras desligadas.
Vejamos o que é possível fazer...
Há certas conexões as quais precisamos reparar de forma simples,
As outras conexões deixaremos desligadas para que seja reparadas automaticamente.
Esse paciente não deve esperar mais. Já tomou seu destino. E por isso desligaremos a região ligada ao destino, para que não o saiba. Assim ele não aguarda pela felicidade.
Acho que fizemos tudo o que poderia ser feito.
Tiraremos o cérebro da mesa,
Recoloquemos com cuidado o cérebro,
Reconectemos a medula e todos os vasos e capilares.
Fecharemos o crânio normalmente.

- Às vezes sempre penso que sou eu que deito na mesa e fico sem cérebro! Que bobagem! Deve ser porque sempre acho que já passei por isso.

Em pensamento o outro diz para si mesmo:

-Sim já passou.

Fotografia em varios ângulos

O rosto, sendo uma máscara,
permite os ângulos, facetas.
A máscara do rosto dá lugar ás perspectivas.
Pelas costas, de frente está sempre uma pessoa
escondida e seu perfil esconde e tenta enganar.
Quando há pouca luz é possível passar
desapercebido de pré-conceitos
ou por uma saraivada de mal-olhados.
A face ao sol ilumina o óbvio.
Ilumina o que todos vêem
sem precisar diagnosticar,
a falta de homogeneidade.
A cada flash uma pessoa.
A cada pessoa uma faceta.
A cada faceta, como um personagem,
se propaga como figuras num álbum
de vitórias e perdas,
irreparáveis
ou não dignas de serem vistas,
por quase todos os ângulos,
sendo aqueles em detrimento de outros.
A preferência de tudo aquilo que se esconde
e é mostrado como invisível, ninguém percebe essa camada,
é artificio da fotografia.

Noticia de Jornal

Um homem caiu em um buraco.
Passou horas sem comer, horas esperando ajuda. E morreu.
Um anjo desceu a terra e o tirou do buraco em que estava.
Sua alma subiu. Encontrou Deus.
Naquele buraco estava tudo no que acreditou. Tudo o que viveu.
Os insetos peçonhentos eram as pessoas que o rondavam. O escuro era sua clareza de pensamento. Sua fome era seu vazio de todos os dias. acordava e achava sua vida inútil. Desistiu de tudo. Não quis mudar. Não quis mudar de emprego, não quis conhecer pessoas novas ou não deu chances as pessoas novas o conhecerem.
Todo aquele buraco que só ele cabia era sufocante. Pois para todo lugar que se movia era cada vez mais irrespirável. Seu ar foi acabando lentamente como sua vontade de viver. Seus sonhos eram flashbacks de tudo o queria para sua vida e não teve.
À medida que sua vista ia se apagando, perdia os sentidos.
Os insetos cada vez mais vorazes, se alimentavam de sua carne.
Já não tinha mais forças para aguentar o peso da vida e foi morrendo. Assim como quem vai esquecendo um habito até não lembrar mais que o fazia. Sobraram roupas. Suas roupas sujas de sangue e de terra. E a saliva dos insetos.
Foi bom ter morrido. Assim de uma desistência. Melhor do que tentar conter a enchente, do que tentar evitar uma doença grave, do que tentar expressar seu sentimento por alguém mesmo que você tenha pouco contato, do que combater a corrupção, do que convencer seus filhos a fazerem a mesma coisa que você fez e nunca se arrependeu, do que pensar que caridade enobrece a alma, ou achar que Deus perdoa todos os seus pecados para que se peque mais e cada vez com menos consciência.Às vezes é melhor ter um gosto amargo na boca do que gosto de sangue. É melhor ter paciência do que matar ou morrer, com o motivo que sempre será pequeno para sua individualidade, pois todos nós encontramos a nós mesmos quando estamos numa floresta selvagem, dentro de um buraco, uma armadilha.