quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mulher que eu criei II

Estava avulso no calor do sol,
Com o coração leve e bem quente.
Quando eu a reencontro.
Ela me faz estourar minhas veias
E jorrar, minar rotas esperanças.

Tão linda vulgarmente,ímpeto mortífero, uma ofensa.
Tão doce que intorpece.
Vinda da tragédia da mente
De inventar o sofrimento.
Criar o asco, replicado constantemente.

Ela é inacessível pelo Poker Divino
Um Royal Straight Flush a meu favor
É uma questão randômica.
Possibilidade remota de felicidade.
Então o que estou fazendo a mim mesmo?

É feitiço, é magia negra, há uma barreira do mal
Sonhos desmanchados, olhos que sugam sua força vital,
Mal que corrói as vontades do cotidiano,
Por um desejo mórbido da paixão.
É a perdição para imortalidade.

Veio do submundo
Devoradora de almas
A minha já está comprometida.
Agora só há vontade infinita de saber onde se está.
A passividade enquanto forma última de sobrevivência.

E o tempo como dimensão de misericórdia,
Sou vitima de mim mesmo, da mente.
A busca da auto-piedade.
O que fiz comigo mesmo?
Desenvolvi um doença somática moderna.

Um comentário:

  1. Como tu és grande escritor vou responder com uma grande escritora que entende de mulher: Clarice Lispector...e ai, tem um livro dela "Correio feminino" q ela diz:
    "As pessoas que se comprazem no sofrimento, que gostam de sentir-se infelizes e fazer aos outros infelizes, jamais poderão orgulhar-se de sua beleza. O mau humor, o sentimento de frustração, a amargura marcam a fisionomia, apagam o brilho dos olhos, cavam sulcos na face mais jovem, enfeiam qualquer rosto. Essa é a razão porque a mulher, que cultiva a beleza, deve esforçar-se para ser feliz. Felicidade é estado de alma, é atmosfera, não depende de fatos ou circunstâncias externas.”

    ...ai tem um outro "aprendendo a viver" q ela diz: - Medo da eternidade: “Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: - Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.”

    Se vc mandasse esse poemio p Clarice, ela ia chorar de prazer...pq eu acho q vc entende ela, como ela te endende!!!
    Grandes escritores conversam pelo pensamento e pelo lapis...

    bjocão ão ão

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