sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Conto que eu queria que fosse de amor, mas não era conto.

Knight moves - Suzanne Vega

Uma vez uma princesa, de um reino desconhecido, conheceu um homem que vendia sonhos. Um dia conversavam sobre sonhos e um dia a princesa lhe disse que os sonhos que tivera nunca tinham sido concretizados. Já o homem que vendia sonhos, os vendia pois eram realizáveis. Não lhes dava a receita de como realizar um sonho, mas fazia uma bela propaganda sobre seu sonhos, dos mais variados. Acreditava que tudo era possível, se houver vontade e coragem. Viveu muito pouco pois sua infância passou doente. Era uma criança bela de seus trinta e dois anos. A princesa vivia seus vinte e dois anos vigorosamente. Era linda, que até o homem que vendia sonhos gostaria de comprá-la, e tê-la para si. Linda, inteligente, educada, seus pais lutavam contra os monstros cavalos do submundo. Ela tinha ajuda de Deus para conseguir dar conta de reinar num reinado de rei ausente. O homem que vendia sonhos, por sua vez, a cada dia ficava mais encantado com sua majestade. E conversavam todos os dias. A princesa lhe disse um dia que não queria comprar nenhum sonho, pois sabia que nunca iria conseguir realizar. O homem disse que não era preciso muito para realizar sonhos. As vezes os sonhos eram realizados sem nenhum esforço, dizia. A princesa não queria um sonho. Ela queria governar seu reinado sem expectativas.

Um dia o homem não saiu as ruas para vender seus sonhos, ficou doente, tinha delírios, pois queria que seu sonho sonhasse. Achava loucura, e acreditava estar doente. A princesa não sabia onde encontrar o homem até que descobriu através das crianças que brincavam com pedras em umas das ruas onde era possível encontrar o Homem que vendia sonhos. As crianças tinham muito sonhos e sabiam que não podiam concretiza-los alguns deles mas tinham esperança, mente estável no desejo. A princesa não tinha a menor noção disso. Entrou na casa do Homem, e brigou com ele. Dizia que já era para ele ter sonhado em ficar bom. Dali discutiram horas sobre sonhos. O homem, ficou aterrorizado com a ferocidade da princesa, a cada palavra adoecia. A cada tentativa de convencimento, ia ferindo com suas palavras cheias de emoção, mas a linda princesa recebia como açoites. E o desentendimento foi mostrando que a linda princesa tinha uma ferida do passado a qual não tinha conseguido se curar. Focava seu olhar em outras coisas do mundo, pois doía muito tocar nessa ferida, como a metafisica na alquimia das poções e nos animais da floresta que eram judiados pelos homens ruins daquela terra, além de governar a cidadela para seu pai com ajuda de tutores. Seu constrangimento era tão grande que se desencantou pelas palavras doces ditas pelo Homem que vendia sonhos, era um mero homem agora, saiu e o deixou com a marca de sua ferida. O Homem ficou doente duas vezes na mesma vez. Começou a pensar sim podia sonhar em ficar bom e poderia desejá-la e ter esperança, podia viver com esperanças, como as crianças. Queria que a princesa pudesse enxergar mais que os próprios olhos, e sim com a visão que até então estava desacordada em seu coração ferido, pelas injustiças que barraram a realização de seus sonhos. Desde então começou a ir na casa de um velho ancião que sabia muito sobre o desenvolvimento da esperança e conhecimento em forças místicas.

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