quarta-feira, 9 de março de 2011

Esvaziar-se: Vazio

Os sentidos estavam adormecidos, a medida que tentava me desviar das expectativas do dia, algo me corroía feito acido, me quebrava como onda do mar. Essa “alguma coisa”, uma angústia, advinda do medo, da incerteza, da fragilidade. A força para sustentar uma mente sã não há, mas existe um outro tipo de força que suplanta a vontade do “preencher-se”. É força inversa, do querer se esvaziar do próprio vazio que a rotina impõe. É a briga com o cérebro por sentir o que antes eram sensações e hoje são mecanismos pré-processados para a "otimização" do dia. O vazio que se instaura todas as manhãs e as noites, vem com uma sutileza comparável ao mecanismo que faz as flores se abrirem, naturalmente vem a mente e se alojam em diferentes sentidos. É predisposição, amplificação do sentir. O que se sente é dor genuína, é dor que vem, e nenhum pensamento foi capaz de remedia-la. O temor está muito próximo da frustração, mas a frustração é o abismo, a falta de perspectivas, eu diria a mim mesmo. Eu sei que o todo da minha preocupação não depende só de mim. Conviver com o vazio, é algo que não há com o que se preencher. Felicidade! Outros diriam, mas eu digo, não é hora de sentir-se feliz. É hora de rever essa obstinação a felicidade.

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