quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fugindo da razão

Havia uma colónia próxima a costa do Brasil, na região onde seria São Paulo, onde moravam muitos escravos e alguns seres que exploravam pessoas. Um deles aprendeu a falar o português de Portugal muito bem e era muito inteligente, sabia exatamente o que precisava fazer para deixar de ser escravo: negociar com o senhor de engenho. Sem hesitar foi a casa do Senhor de engenho, que aparentava ser uma pessoa, e lhe pediu sua atenção para a conversa.

- Quero ser livre! - disse o escravo.
O Senhor de engenho surpreso com a "invasão" e aldacia do escravo exclamou:
- Ponha-se para fora dessa casa! Livre? Escravos não tem que ter liberdade e não são homens.
O escravo já abalado emocionalmente tenta contra-argumentar:
- Pense, sinhô é igual a mim, eu vejo, escuto, falo, penso, sinto, amo exatamente como sinhô! Tenho quase as mesmas ambições que sinhô.
E o senhor de engenho bloqueando seus pensamentos para não ser influenciado pelas palavras do escravo exclamou novamente:
- Escravo! Vá para o moinho e deixe de conversa! Vai levar chibatada se não deixar de preguiça e trabalhar! Os outros fazendeiros não são tão bons quanto eu, a essa hora você já estaria morto, por invadir minha casa.

E o escravo, mesmo assim continuou falando, tentando convencer o senhor de engenho a pensar os escravos como homens e poderia assim pensar em liberdade, mas o senhor de engenho chamou o capitão do mato e levou o escravo para tomar chibatadas.

Um comentário:

  1. Acho que o senhor de engenho se via "prostrado" por saber que aquele pensamento do escravo não era bem vindo a aquela sociedade, tanto que a própria sociedade não tinha a menor coragem de assumir a responsabilidade de que os escravos eram gente.

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