sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Devagarssões

Será que não sou bom?
Será que sou feio?
Burro, babaca, palhaço, parvo, tonto, triste, idiota, ignorante?
Será que sou bobo demais?
Será que sou demasiadamente esquisito? Que causa estranheza nos outros?
Por que será que perco meu tempo me questionando?
Por que dou ouvidos ao que eu penso que os outros acham que eu deveria ser?
Por que é tão difícil ser eu mesmo sem se preocupar em errar?
Já que o erro é peixe que passa pelo rio.
Já que tudo é fluxo, feixe, faixa, fossa. Ficha. Ninguém mais as usam. Eu não vou mais jogar sinuca e comprar fichas. Tudo é tão desconexo que me parece que meu cérebro tem uma inteligência alienígena. Não devo ser desse mundo. Eu faço reflexões demais e muitas delas inúteis.
Veja só: Se eu sei que posso moldar meus pensamentos, por que ainda me sinto preso a crenças inúteis? Sou travado, empaco, paraliso, paro, não sigo, não vou adiante. Gaguejo. Erro.

Esses dias me dei conta que a 1 ano me preparo para tocar em bares. são no minimo 60 músicas. Desisto de mim quase sempre, mas a música não desiste de mim. E eu fico pensando no que as pessoas imaginárias da minha cabeça pensariam quando estivessem me assistindo. Milhares delas. Ou uma ou outra. Mas o que essas pessoas achariam de mim, lá cantando? Não sei. Então eu já me ponho na posição de imperfeito, falho, feio, ruim. Penso que deveria cantar assim, tocar de outro jeito. Penso no que meus pais estariam pensando de mim já que são praticamente mecenas de mim. Mecenas do filho. O bom seria. Mas penso em emprego, penso em me auto-sustentar, casar, ter filhos, cuidar da esposa sempre. E eu? Onde eu estava mesmo? Sim estava apenas tocando na sala de casa, com a letra na frente e errando a letra e o ritmo, pronunciando erroneamente meu inglês.

Tenho muito medo. Não penso que sou bobo. Mas que sofro de coisas invisíveis. Imaginárias.
Imagine se eu...
Se pudesse...
Nossa...
É mesmo...
Mas e se...

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