sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Desbocado

Às vezes sou mudo de tando que falo sem parar.
Às vezes meu silêncio não quer dizer absolutamente nada.
Minha respiração fala muito mais do que minha expressão verbal e física.
A vontade de falar é tanta, de falar o que sinto, de mostrar exibir, exprimir aquelas sensações...
Mas é impossível, limito-me ao balbuciar infantil, a voz sem fala. Sem discurso.

Eu sei o que sinto, sei o que penso. Só não saem de mim falas coerentes.
Aquelas falas que as pessoas até enxergam no plano virtual, e quase tocam nossas palavras.
Aquelas falas que tocam as pessoas. Não. Não o posso. É extra-eu, o que é intra-eu.
Um dia pensei que poderia ter o dom de comunicar. Outro dia pensei que sou interlocutor de mim mesmo. E só de mim falo, escuto-me, entendo-me.

Às vezes me sinto fantasma, daqueles que não existem porque ninguém acredita ver ou escutar.
Circunscrevo-me a ser obtusamente prolixo.
Pró-lixo?

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