sábado, 16 de março de 2013

Medo de Dormir


Sono, indica a hora de dormir certo? Mas quando se está com sono e não se quer dormir? Certa agonia é reveladora de uma coletânea de pensamentos, por uma depressão, por uma parada no acostamento para ver o mapa e dizer: PQP tô perdido! E o medo de cair no sono e morrer? Já tive muito isso e hoje é dia...

Houve dias, ultimamente, em que meu pai não dormia na “Hora de dormir”, e trabalhava em seu notebook, como agora. Fico imaginando que ele está investindo toda sua capacidade de concentração no melhor que ele pode fazer – trabalhar. Hoje de certa forma me incomodou o fato de ele estar trabalhando em pleno começo da madrugada de domingo. Inquietação, se pusermos nossa cabeça a serviço de nossas paranoias, se nossa cabeça funcionasse com roldanas gigantescas e esteiras, com jorros de vapor coloridamente rubro, laranja e amarelo, sem chão, se funcionasse sem logica as coisas que pensarmos, se pássaros voassem de marcha ré, imagino que ficaríamos cegos por instantes. Processar uma paranoia, o que é isso? Fazer uma viagem num rio cremoso de maionese, com uma prancha de surf feita de creamcracker, o que seria isso? Mas muita gente já fez! Escapismo, quem nunca pensou em escalar nem que seja a estante de casa quando criança? Escalar o pico, o ponto mais alto, tão distante, tão frio, tão inóspito, e para quê vamos lá? “Esk Calar pkos Mesm O” Eu vou, ninguém me chama, eu vou, pois meus devaneios são uma realidade virtual a qual muitas vezes meu computador não consegue processar, mesmo tendo milhões de processadores e buffers. Vou ter o tamanho de um centímetro. Entrei no meu computador. Não tem gravidade, vou andando, por milhões de chips e autoestradas de dados, e tem prédios, aquele deve ser uma das memorias, aquele outro enorme deve ser o dissipador do processador, um calor de matar, e penso: O que pensa meu pai nas horas mais perigosas do dia?

Isso me dá medo. Ver ele perder o controle já vi varias vezes, já cansei de ver. Mas me refiro a um descontrole que foge do controle braquial dele, como se fosse a metáfora mais usada dele: o dia que ele soltaria, contra a vontade, a mão do chifre do boi, aquele descontrole que abate, corta, apaga, o GAME OVER sem TRY AGAIN. O que é que meu pai faria? Enquanto eu brincava de Hot Wheels, ele teve medo de que? Que medo eu tenho que me faz pensar que o medo que meu pai teria se intercambiassem no espaço e no tempo? Eu seria ele e ele seria eu. Ele deve passar horas planejando, até que saia um produto de pura transpiração. Meu pai não tem medo e que medo eu haveria de ter? Só todos, hoje é a noite dos devaneios, do calabouço das almas perdidas, do nada, do abismo. E agora?

Eu sei é vômito psicológico tudo isso, mas só tem logica se a desconstruirmos. Remonta, desorganiza, Troca essa ou aquela peça de lugar, vamo ver no que dá! Quê que dá? É o frio do vazio. Noite, vento, insônia. Saudade, cobertinha, aconchego, onde tem? Quando tem? Soninho, verde agua, amarelo, rosa, listras amarelas e brancas, felpos creme, quem será que dorme ali? Eu queria.

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