Deitado. Imóvel. O mundo não quer você. Não quer da forma que você existe. Deixe que te enterrem para dar lugar aos outros mais (in)úteis. Fique bêbado o quanto pode. Pare de achar que sua fé te salvará. Amarre seus sonhos para que eles não saiam de seus lugares. Eu sei que você gostaria de viver como uma nevoa que se dissipa no ar e se forma a qualquer hora do dia. Mas eles não querem você assim. O querem líquido. Querem você liquefazendo todo, derramando para todos os lados que você não queria. Questão de morte ao ego. Faça isso! Agora! Para não se arrepender. Um trem não sabe que está no trilho e trilha até o final, até a falha humana. Você é humano, então erra, falha, peca. Perca as esperanças. Mergulhe fundo no escuro da alma. Perca a respiração dentro da água um pouco. Depois tente evitar o afogamento. E se um erro acontecer. Vai cumprir um propósito de outros. Vai aniquilar aquele eu, aquela sombra que te acompanha e te proteje, para que você não seja outro. Vá ser outro.
Cadalchog: Ainda na pedra.
Quem for capaz de tirar as espadas dos meus textos, Retirará a compreensão deles das pedras.
terça-feira, 11 de abril de 2017
Desmorra
terça-feira, 23 de abril de 2013
Presságio(Fernando Pessoa)
O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
sábado, 16 de março de 2013
Medo de Dormir
Sono,
indica a hora de dormir certo? Mas quando se está com sono e não se quer
dormir? Certa agonia é reveladora de uma coletânea de pensamentos, por uma
depressão, por uma parada no acostamento para ver o mapa e dizer: PQP tô
perdido! E o medo de cair no sono e morrer? Já tive muito isso e hoje é dia...
Houve dias, ultimamente, em que meu pai não dormia na “Hora de dormir”, e trabalhava em seu notebook, como agora. Fico imaginando que ele está investindo toda sua capacidade de concentração no melhor que ele pode fazer – trabalhar. Hoje de certa forma me incomodou o fato de ele estar trabalhando em pleno começo da madrugada de domingo. Inquietação, se pusermos nossa cabeça a serviço de nossas paranoias, se nossa cabeça funcionasse com roldanas gigantescas e esteiras, com jorros de vapor coloridamente rubro, laranja e amarelo, sem chão, se funcionasse sem logica as coisas que pensarmos, se pássaros voassem de marcha ré, imagino que ficaríamos cegos por instantes. Processar uma paranoia, o que é isso? Fazer uma viagem num rio cremoso de maionese, com uma prancha de surf feita de creamcracker, o que seria isso? Mas muita gente já fez! Escapismo, quem nunca pensou em escalar nem que seja a estante de casa quando criança? Escalar o pico, o ponto mais alto, tão distante, tão frio, tão inóspito, e para quê vamos lá? “Esk Calar pkos Mesm O” Eu vou, ninguém me chama, eu vou, pois meus devaneios são uma realidade virtual a qual muitas vezes meu computador não consegue processar, mesmo tendo milhões de processadores e buffers. Vou ter o tamanho de um centímetro. Entrei no meu computador. Não tem gravidade, vou andando, por milhões de chips e autoestradas de dados, e tem prédios, aquele deve ser uma das memorias, aquele outro enorme deve ser o dissipador do processador, um calor de matar, e penso: O que pensa meu pai nas horas mais perigosas do dia?
Isso me
dá medo. Ver ele perder o controle já vi varias vezes, já cansei de ver. Mas me
refiro a um descontrole que foge do controle braquial dele, como se fosse a metáfora
mais usada dele: o dia que ele soltaria, contra a vontade, a mão do chifre do
boi, aquele descontrole que abate, corta, apaga, o GAME OVER sem TRY AGAIN. O
que é que meu pai faria? Enquanto eu brincava de Hot Wheels, ele teve medo de
que? Que medo eu tenho que me faz pensar que o medo que meu pai teria se
intercambiassem no espaço e no tempo? Eu seria ele e ele seria eu. Ele deve
passar horas planejando, até que saia um produto de pura transpiração. Meu pai
não tem medo e que medo eu haveria de ter? Só todos, hoje é a noite dos
devaneios, do calabouço das almas perdidas, do nada, do abismo. E agora?
Eu sei é
vômito psicológico tudo isso, mas só tem logica se a desconstruirmos. Remonta,
desorganiza, Troca essa ou aquela peça de lugar, vamo ver no que dá! Quê que
dá? É o frio do vazio. Noite, vento, insônia. Saudade, cobertinha, aconchego,
onde tem? Quando tem? Soninho, verde agua, amarelo, rosa, listras amarelas e brancas, felpos
creme, quem será que dorme ali? Eu queria.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Dos romanos e das romãs ás peripécias psicológicas.
Hoje vou mudar um pouco meu estilo de escrever. Já escrevi muito sobre muita coisa. Agora eu vou escrever tudo isso e tudo o que virá, o que sentirei, de uma forma mais “desabafiosa”. Talvez esse formato apareceu por conta de como os acontecimentos estão surgindo sem espaço, talvez, para uma reflexão a qual não dou conta.
Nesses últimos
tempos, as emoções sempre ficaram a flor da pele e eu sempre jorrando minhas
impressões sobre sentimentos obscuros, faço isso por transbordar o cérebro de
tantos pensamentos, tantas perspectivas e faço isso numa tentativa de entender
minha vida.
Às vezes é fácil
admitir que entendo muito mais a mim mesmo que o mundo ou os outros. Os outros?
Ah não, às vezes é um “trem esquisito”, são aquelas equações cabeludas de matemática
que eu tenho pavor e desespero.
Eu sempre faço
aquele esforço para entender os outros e assim entender meu limite, mas
ultimamente percebo que esse limite está louco demais para entender algo
relevante sobre mim. Às vezes é muito difícil esquivar de certas impressões
que, sinceramente, teria sido melhor ter dormido mais, ter acordado mais tarde,
ou nem ter acordado no dia. Esse escape eu faço por meio da humildade, por
exemplo, quando não vou me expor de forma suprimir os outros (muitas vezes eu
suprimo a mim mesmo e isso não é nada vantajoso e até entediante diante dos
resultados obtidos), pela compaixão, quando eu sei que uma pessoa faz sem ter (tendo)
a consciência do que está fazendo para me prejudicar ou agir de má fé ou agir
com violência. Eu preciso da compaixão e ela me é muito útil, tanto que sei
perdoar (mais ou menos) as pessoas que tentam a sorte para se beneficiar de mim.
Não sou um
Darkside nem quero estar perto de gente self-destrutive, “sai pra lá” eu quero
viver de sentimentos bons, com o que eu posso fazer de bom, de bem, e fazer o possível
para não ser conivente com a falta de escrúpulos, a leviandade dessa gente.
Muitas vezes chamo essa gente de Babaca, porque? Por que é uma lei universal
que esse tipo de gente estraga o dia, estraga o trabalho, estraga tudo, quebra
tudo, e costumam proferir: “FODA-SE” é a marca numero 1 do babaca. É por isso
que muita gente está perdida no limbo da falta de humanidade, da falta de
educação e respeito com o próximo.
Posso estar
aqui palestrando sobre tangencias do cristianismo, mas assumo que sou cristão,
mas não preciso agir como um, eu só quero esse clichê que todos (imagino pode
haver o contrario) querem: O estatuto da felicidade soberana. Embora seja obvio
que não estamos tratando de um estado de espirito constante, os momentos em que
esse sentimento radiante e equilibrado aparece são luminosos e mostram um
caminho, mas muitas vezes pode ser um caminho do sofrimento do outro. Não vou
entrar no mérito da questão devido à complexidade de situações que configuram
uma desilusão, uma inveja, quem sabe ira...
Tratando
disso, basta que lembremos de que temos que nos concentrar em nós mesmos
somente quando o outro escapa, não, como dizer isso? O outro escapa de quê? Vamos
imaginar aquela invejinha entre irmãos, por que é que um deles não fica feliz
pelo sucesso do outro? Há uma descompensação, pois o sucesso de um foi a
retirada da oportunidade do outro. Não
há resposta para o porquê. Em situações desse jeito eu tenho a brutal atitude
de abdicar desse sentimento e cedo espaço para o outro, seja irmão ou não,
todos tem oportunidade então prefiro acreditar que a minha ainda não veio. É difícil,
confesso que preciso de muita força para agir assim, mas imaginemos: Vou
declarar uma guerra com o meu irmão, persuadir pai, mãe, avós, tios, primos e
deixa-los com ódio dele, vou fazer da vida dele um inferno, vou brigar com ele
toda vez que ele aparecer na minha frente. Vejam só o desgaste, vejam só o
levante de ódio e fúria por uma situação que não vai me trazer gloria, não vai
me trazer uma recompensa, a não ser o sofrimento do meu irmão. Eu abdico, eu
não preciso disso, amanhã é outro dia, tenho muita vida pela frente, ficar
brigando? Eu não perco meu tempo com ódio ou raiva.
Disse tanto
que parece que meus poemas e textos fictícios acharam esse novo formato chato.
É o primeiro, é o bebezinho. Tenho muito o quê dizer, muito o quê fazer, muito
o quê transformar. É nas coisas singelas que pretendo trabalhar. Não vou ficar
me gabando por que fui para o Velho Mundo nas férias, o mundo é muito grande,
mas também é muito pequeno. Em 9h40m estive lá e de lá vim para o Brasil, o que
nos torna “especiais” é o dinheiro que gastamos, e se todo mundo fosse rico, e
se não precisássemos de dinheiro? Parei com o devaneio, mas quero dizer que não
há nada de novo no outro, seja uma pessoa ou continente (saudade do bolinho do
Continente), não é um brilho ofuscante que nos cega e que nos trará a
libertação de nossos medos e nossos desconfortos, é sim um mundo diferente, mas
compreensível (quando já temos noções suficientes para compreender).
Fica o
desafio, como se entusiasmar com algo conhecido e sem mistérios? Daí que sai o
mistério. O Desenhista desenha aquilo que quer criar ou reproduzir com o seu
fiel escudeiro, o lápis.
Outra situação
que me digladio é a que sou uma raquete, mas que não serve para jogar tênis, e
sim matar moscas e insetos com pulsos elétricos seguidos de golpes aleatórios. Quando
percebo isso, é um puro descontentamento e sentimento de inutilidade humanitária.
Penso que ao sentir isso e refletir sobre essa situação já é um começo para a
mudança. Aceitar que não sirvo para o tênis? Para que serve o tênis mesmo? É um
esporte? Ah deixa quieto então! Bora matar insetos (cara de irônico consigo
mesmo). No entanto não deixo de ser uma raquete que previamente se percebe que
se usa em um jogo de tênis. O jeito é ter compaixão comigo mesmo.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Devagarssões
Será que não sou bom?
Será que sou feio?
Burro, babaca, palhaço, parvo, tonto, triste, idiota, ignorante?
Será que sou bobo demais?
Será que sou demasiadamente esquisito? Que causa estranheza nos outros?
Por que será que perco meu tempo me questionando?
Por que dou ouvidos ao que eu penso que os outros acham que eu deveria ser?
Por que é tão difícil ser eu mesmo sem se preocupar em errar?
Já que o erro é peixe que passa pelo rio.
Já que tudo é fluxo, feixe, faixa, fossa. Ficha. Ninguém mais as usam. Eu não vou mais jogar sinuca e comprar fichas. Tudo é tão desconexo que me parece que meu cérebro tem uma inteligência alienígena. Não devo ser desse mundo. Eu faço reflexões demais e muitas delas inúteis.
Veja só: Se eu sei que posso moldar meus pensamentos, por que ainda me sinto preso a crenças inúteis? Sou travado, empaco, paraliso, paro, não sigo, não vou adiante. Gaguejo. Erro.
Esses dias me dei conta que a 1 ano me preparo para tocar em bares. são no minimo 60 músicas. Desisto de mim quase sempre, mas a música não desiste de mim. E eu fico pensando no que as pessoas imaginárias da minha cabeça pensariam quando estivessem me assistindo. Milhares delas. Ou uma ou outra. Mas o que essas pessoas achariam de mim, lá cantando? Não sei. Então eu já me ponho na posição de imperfeito, falho, feio, ruim. Penso que deveria cantar assim, tocar de outro jeito. Penso no que meus pais estariam pensando de mim já que são praticamente mecenas de mim. Mecenas do filho. O bom seria. Mas penso em emprego, penso em me auto-sustentar, casar, ter filhos, cuidar da esposa sempre. E eu? Onde eu estava mesmo? Sim estava apenas tocando na sala de casa, com a letra na frente e errando a letra e o ritmo, pronunciando erroneamente meu inglês.
Tenho muito medo. Não penso que sou bobo. Mas que sofro de coisas invisíveis. Imaginárias.
Imagine se eu...
Se pudesse...
Nossa...
É mesmo...
Mas e se...
Será que sou feio?
Burro, babaca, palhaço, parvo, tonto, triste, idiota, ignorante?
Será que sou bobo demais?
Será que sou demasiadamente esquisito? Que causa estranheza nos outros?
Por que será que perco meu tempo me questionando?
Por que dou ouvidos ao que eu penso que os outros acham que eu deveria ser?
Por que é tão difícil ser eu mesmo sem se preocupar em errar?
Já que o erro é peixe que passa pelo rio.
Já que tudo é fluxo, feixe, faixa, fossa. Ficha. Ninguém mais as usam. Eu não vou mais jogar sinuca e comprar fichas. Tudo é tão desconexo que me parece que meu cérebro tem uma inteligência alienígena. Não devo ser desse mundo. Eu faço reflexões demais e muitas delas inúteis.
Veja só: Se eu sei que posso moldar meus pensamentos, por que ainda me sinto preso a crenças inúteis? Sou travado, empaco, paraliso, paro, não sigo, não vou adiante. Gaguejo. Erro.
Esses dias me dei conta que a 1 ano me preparo para tocar em bares. são no minimo 60 músicas. Desisto de mim quase sempre, mas a música não desiste de mim. E eu fico pensando no que as pessoas imaginárias da minha cabeça pensariam quando estivessem me assistindo. Milhares delas. Ou uma ou outra. Mas o que essas pessoas achariam de mim, lá cantando? Não sei. Então eu já me ponho na posição de imperfeito, falho, feio, ruim. Penso que deveria cantar assim, tocar de outro jeito. Penso no que meus pais estariam pensando de mim já que são praticamente mecenas de mim. Mecenas do filho. O bom seria. Mas penso em emprego, penso em me auto-sustentar, casar, ter filhos, cuidar da esposa sempre. E eu? Onde eu estava mesmo? Sim estava apenas tocando na sala de casa, com a letra na frente e errando a letra e o ritmo, pronunciando erroneamente meu inglês.
Tenho muito medo. Não penso que sou bobo. Mas que sofro de coisas invisíveis. Imaginárias.
Imagine se eu...
Se pudesse...
Nossa...
É mesmo...
Mas e se...
Desbocado
Às vezes sou mudo de tando que falo sem parar.
Às vezes meu silêncio não quer dizer absolutamente nada.
Minha respiração fala muito mais do que minha expressão verbal e física.
A vontade de falar é tanta, de falar o que sinto, de mostrar exibir, exprimir aquelas sensações...
Mas é impossível, limito-me ao balbuciar infantil, a voz sem fala. Sem discurso.
Eu sei o que sinto, sei o que penso. Só não saem de mim falas coerentes.
Aquelas falas que as pessoas até enxergam no plano virtual, e quase tocam nossas palavras.
Aquelas falas que tocam as pessoas. Não. Não o posso. É extra-eu, o que é intra-eu.
Um dia pensei que poderia ter o dom de comunicar. Outro dia pensei que sou interlocutor de mim mesmo. E só de mim falo, escuto-me, entendo-me.
Às vezes me sinto fantasma, daqueles que não existem porque ninguém acredita ver ou escutar.
Circunscrevo-me a ser obtusamente prolixo.
Pró-lixo?
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Em quê você quer investir?
O homem perdeu a paciência porque pensou que estava perdendo algo de valor. Perdeu a benevolência. Perdeu a fé. Perdeu o equilíbrio. Perdeu a paz. Perdeu a tolerância. Perdeu a piedade. Perdeu a compaixão. Perdeu a ternura. Perdeu a esperança... Ganhou a pressa. Ganhou o ódio. Ganhou a descrença. Ganhou o desequilíbrio. Ganhou o conflito. Ganhou a violência. Ganhou a impiedade. Ganhou o desafeto. Ganhou a rigidez. Ganhou a desesperança...
O que você quer ganhar? Por que não rever as perdas? (o empresário de ações perguntou ao investidor)
O que você quer ganhar? Por que não rever as perdas? (o empresário de ações perguntou ao investidor)
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